"O AMOR QUE EU TE TENHO..."
Sem destino o vento corre
Nasce gente, gente morre
Que o sol a terra torre
E se adoce o mar
Se mude tudo de lugar
Da vida pare o engenho
O amor que eu te tenho
Nem a morte pode acabar.
Também se cale o trovão
E se esfrie o vulcão
E se abrise o tufão
Fique estrela sem brilhar
Não cante mais o sabiá
Meu destino seja ferrenho
O amor que eu te tenho
Nem a morte pode acabar.
Seja longa a estrada
E dura a caminhada
Sem ter uma parada
Pra nela me encostar
Até assim vou carregar
O peso do meu lenho
O amor que eu te tenho
Nem a morte pode acabar.
Nem a fome, nem a sede
Ou a falta de uma rede
Pendurada na parede
Para eu me balançar
Se tudo até me faltar
Por te eu me empenho
O amor que eu te tenho
Nem a morte pode acabar.
Dos homens a insensatez
Nem o frio, nem a nudez
Perder tudo de uma vez
Nâo poder recomeçar
E venha até se apagar
De nossa terra o desenho
O amor que eu te tenho
Nem a morte pode acabar.
Nem a dor, nem a tristeza
Nem as forças da natureza
Ou o mestre da malvadeza
Vão de te me apartar
Para sempre vou te amar
É só nisso que eu me atenho
O amor que eu te tenho
Nem a morte pode acabar.