Engenho velho

Engenho velho

Engenho velho, engenho velho,

De esfumaçadas ruínas,

Que mistérios escondes

Por entre caldeiras e tinas

Quantos amores, e histórias.

Quanto suor, quantas sinas.

O teu passado, de glórias.

Só com o tempo declinas.

Cadê o teu senhoril,

Cadê tuas negras velhas de luta,

Cadê o teu casario,

O que restou da labuta,

revelam um futuro sombrio.

Engenho velho, amigo velho,

De Esfumaçadas ruínas,

De chaminés alçadas ao céu,

Por que tanto me fascinas,

Ainda sinto o cheiro doce do teu mel,

Adentrar nas narinas.

O matagal que hoje te emoldura,

Esconde um passado de fama

De euforia e fartura,

Os barris de cachaça,

Os fardos de rapadura,

Os carros de boi, carregados no eito,

Teus açudes, teus riachos,

Moendas, máquinas e tachos,

A velha casa de farinha,

Isso tudo bate no peito,

Uma saudade que é só minha.

MCantarelli
Enviado por MCantarelli em 02/05/2011
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