Engenho velho
Engenho velho
Engenho velho, engenho velho,
De esfumaçadas ruínas,
Que mistérios escondes
Por entre caldeiras e tinas
Quantos amores, e histórias.
Quanto suor, quantas sinas.
O teu passado, de glórias.
Só com o tempo declinas.
Cadê o teu senhoril,
Cadê tuas negras velhas de luta,
Cadê o teu casario,
O que restou da labuta,
revelam um futuro sombrio.
Engenho velho, amigo velho,
De Esfumaçadas ruínas,
De chaminés alçadas ao céu,
Por que tanto me fascinas,
Ainda sinto o cheiro doce do teu mel,
Adentrar nas narinas.
O matagal que hoje te emoldura,
Esconde um passado de fama
De euforia e fartura,
Os barris de cachaça,
Os fardos de rapadura,
Os carros de boi, carregados no eito,
Teus açudes, teus riachos,
Moendas, máquinas e tachos,
A velha casa de farinha,
Isso tudo bate no peito,
Uma saudade que é só minha.