Renove... Nos Dez de Queixo Caído!

Autor: Daniel Fiúza.

19/04/2011

Vejo logo a diferença

Quando armas são baixadas

Mãos amigas estiradas

Na poesia é a crença

Me vem alegria imensa

Me despertando o sentido

Eu junto o que foi partido

Com cola de sentimento

Estrelas do firmamento

Nos Dez de Queixo Caído!

Se a mola não me amolasse

Eu não amolava a mola

E também passava a bola

Se com a bola jogasse

E tudo de bom voltasse

No couro desse enxerido

Bebendo o que for servido

Que bate só quando apanha

Nem sempre a batalha ganha

Nos Dez de Queixo Caído!

Se a liga nem me liga

Eu não ligo pro elástico

Não querendo ser sarcástico

E nem pivô de uma briga

Eu não sou rosa nem urtiga

Prefiro o esclarecido

Exposto e bem resolvido

Onde a jarra aranha a aranha

Não sou curau nem pamonha

Nos Dez de Queixo Caído!

E se a tina me atinasse

Também atinava a tina

Queimando adrenalina

Em tudo que se formasse

Quando o murmúrio acabasse

Sem vocação pra bandido,

Só meio desiludido

No meio do piquenique

Aroeira xiquexique

Nos Dez de Queixo Caído!

Macaco peba e preá

Coquetel de boa vontade

Suco de sinceridade

De graviola e cajá

Fortaleza Ceará

Bebendo leito mugido

Queijo qualho derretido

Feito criança risonha

No paraíso que sonha

Nos Dez de Queixo Caído!

Pros lados duma saudade

Mora um poeta criança

Na terra da esperança

No município verdade

Jardim de felicidade

Do nada quase surgido

Do burburinho fugido

Sem tirar nada nem por

Amigo faça o favor

Nos Dez de Queixo Caído!

Sem o louro das lorotas

Falado a boca miúda

Deserto quente de ajuda

Nem sempre ajuda as botas

Sobrando sombras nas grotas

Se só problemas tem tido

E outros dele ter rido

Numa lavra de vergonha

Toda a galera tristonha

Nos Dez de Queixo Caído!

Tico e teco Pernalonga

Ninguém quer ser o pateta

Linha torta, linha reta

Com cara de sucamonga

No tinir da araponga

Vai magoar seu ouvido

Fazendo grande alarido

No revoar da cegonha

O tempo diz onde ponha

Nos Dez de Queixo Caído!

A roupa do rei de Roma

É um deslumbre de fato

Sendo ganso, frango ou pato

No cordel Ninguém embroma

Ou vai sofrer um angioma

O verso fica Bulido

E o poeta meio iludido

Porque sua rima assanha

Falando com a voz fanha

Nos Dez de Queixo Caído!

Passarinho quando passa

Procurando outro meio

Não quer ser patinho feio

Nem o cisne cheio de graça

Só quer coragem e raça

Pra não ficar deprimido

Com o ego comprometido

O bom é ser verdadeiro

Nem último nem o primeiro

Nos Dez de Queixo Caído!