CONTOS DE ANDERSEN EM CORDEL: O PATINHO FEIO
Alô linda criança
Estou cheia de emoção
Pra recontar essa história
Que é da nossa tradição
Sírlia Lima em cordel
Vem trazer sua versão
Num lindo dia de verão
Lá no campo ensolarado
A aveia estava verde
E o trigo bem dourado
A paisagem perfeita
Que Deus havia criado
Naquele lugar tranqüilo
Dona Pata paz sentia
Aguardava seus filhotes
E o ninho protegia
Esperava ansiosa
Pra encher-se de alegria
O sol ficou mais forte
Começou a esquentar
E os ovos de Dona Pata
Começaram a rachar
Os patinhos um a um
Começaram a chegar
Assim que nasceram
Começaram a grasnar
Bamboleavam nas folhas
Sem saber se equilibrar
O mundo era tão grande
Que era de assustar
Dona Pata disse: vamos!
Eu vou lhes apresentar
Esse lindo universo
Que encanta o nosso olhar
Esse mundo tão imenso
Muito grande para alcançar
Vamos dar um passeio
Quero então lhes numerar
Para não perdê-los
Um a um eu vou contar
Quando chegou ao quinto
Viu que estava a faltar
Ela voltou ao ninho
Foi assim que percebeu
Que seu maior ovo
Não quebrou, nem nasceu
Ficou muito surpresa
Com tudo o que aconteceu
Sentou-se em seu ninho
Começou a aquecer
Para ver se ajudava
O patinho a nascer
Não sabia o que a esperava
A surpresa que iria ter
Não demorou muito
E começou o atrito
O patinho quebrando a casca
Parecendo muito aflito
Mas o pato era tão feio
Dona Pata deu um grito
Uma velha Pata
Lá no campo apareceu
Disse: Que pato feio!
Esse pato não é seu!
Deve ser filho da perua
Algum engano se deu
Dona Pata foi ao lago
Com a família nadar
Todos brincavam na água
Num alegre saltitar
Até o desengonçado
Nadou sem afundar
Dona Pata passeava
Exibindo sua cria
Todos a agraciavam
Era aquela euforia
Mas ao patinho feio
Ninguém elogiaria
O preconceito era grande
E o patinho cinzento
Era chamado de feio
E até de fedorento
Jogavam até pedras
Passava grande tormento
Dona pata como mãe
Não podia aceitar
Que do seu filhinho
Alguém fosse judiar
Ela logo reclamava
Começava a grasnar
O pobre patinho feio
Sentindo-se humilhado
Não pensou duas vezes
Atravessou o cercado
Seu coração palpitava
Sentia-se agitado
Sem saber o porquê
Sentindo-se constrangido
Ele nadou solitário
Ele era inibido
Tinha medo de tudo
Sentia-se perdido
O tempo foi passando
E o patinho atordoado
Até que um belo dia
Surgiu bem do seu lado
Cisnes muito belos
Lá no lago bem gelado
Os cisnes eram longos
E gritavam pra ecoar
A exuberante beleza
E a alegria de voar
Suas asas muito longas
Ajudavam a planar
Enquanto olhava os cisnes
Algo se anuncia
O seu pescoço se estica
E grita com euforia
Muito assustado
Porém cheio de alegria
Com o inverno rigoroso
Começou a nevar
Enquanto perdia as forças
Com o lago a congelar
Resolveu bater as asas
Ir para outro lugar
Ao levantar as asas
O seu mundo floresceu
No encanto da primavera
Um colorido se deu
Perfumando a natureza
E tudo resplandeceu
Os cisnes brancos
Vieram lhe visitar
Disse o patinho sem jeito
Eu não vou me aproximar
Vão achar que eu sou feio
E irão me depenar
Estava desconfiado
Esperando reação
Até ver na água
A sua reflexão
Descobriu que era um cisne
E chorou de emoção
Os cisnes se aproximaram
Com amizade e respeito
Pois não era um patinho
Cada um tem o seu jeito
Indiferença é ruim
Massacra qualquer sujeito
Por isso meus amigos
Um conselho eu vou dar
Não julgue pela aparência
Você pode se enganar
E o coração das pessoas
Você pode machucar
Sírlia Lima vai embora
Deixa a reflexão
O mais lindo da beleza
Habita no coração
O amor abre portas
Com as chaves do perdão