A História do Real.

A HISTÓRIA DO REAL.

Por Honorato Ribeiro.

O Brasil agora veio

Com projeto financeiro

Com a implantação do URV,

Novo valor do dinheiro,

Dólar sobe em paralelo,

Diz alguém que tudo é belo,

Mas salário é de coveiro.

O URV sobe muito

E o dólar sobe também,

O cruzeiro real cai

E a remarcação porém,

Enriquece o comércio

E empobrece quem é néscio

E os crentes dizem amém!

A inflação é bom pro rico

E pro pobre é confusão,

Supermercado e lojas

Fazem a remarcação.

Hoje um preço e amanhã outro,

Fica rico quem é douto

E o pobre em contra mão.

Morre gente desnutrida

Pelas ruas e avenidas,

Crianças e gente adulta,

Sempre morrem toda vida,

Pois o dinheiro é fraco,

Muitos deles enche o saco

E a feira está perdida.

Nove vezes foi mudado

O nosso fraco dinheiro:

Do vintém até pataca

Pra chegar ao verdadeiro;

Desde o tempo do vintém

Povo vive em vaivém

Sem a luz do candeeiro.

Pataca, vintém, tostão,

Cruzeiro e cruzado novo,

Mil reis, cruzeiro e real,

Conto de reis é do povo,

Tudo pra dá a valia,

Se trabalha noite e dia

Pra um cruzado comprar ovo.

Agora veio o REAL!

Bem mais forte que o dólar,

Todos estão acreditando,

Que o real será a mola:

A mola mestre da Nação

Pra acabar a inflação

Antes que o povo degola.

O povo está acreditando,

Outros, porém, desconfiam

Que se trata de eleição,

Muitos dizem que sabiam

Que o plano é eleitoreiro,

Mas o real é o dinheiro

Forte que muitos confiam.

Confiam porque é bom

Tem que dá certo, porém,

Você tem que ajudar

E compreender também.

Que um governo democrata,

Tem que ser um diplomata,

Não vive de vaivém.

Hoje é cruzeiro real,

Amanhã é um tostão,

Depois volta no que era

Sem saber quem tem razão.

Na Argentina não deu certo,

Aqui o plano é correto

Não dolarizou a Nação.

O real já renasceu

Já está em circulação;

Só lhe digo uma coisa:

Não volta mais a inflação.

Se voltar, que Deus nos valha!

Dou o pescoço pra navalha,

Morrerá o pobre cristão.

Não depende do governo

Pro real se vigorar,

O povo faz a sua vez

E tem que fiscalizar;

Senão vem remarcação,

Aí vai subir a inflação

Então o plano morrerá.

Vou contar outra história,

Que já está acontecendo

É do pobre analfabeto

Que vai a quem está vendendo

Não conhecendo um centavo

Do real já bem cotado

Quem não sabe o dividendo.

A conversão do cruzeiro

Pra converter em real

Fazem tanta confusão

Os treteiros com o leal;

Ficam com o forte dinheiro

Dizendo que é verdadeiro

Roubam do pobre o boçal.

“Eu lhe dei vinte mil reis

Pra tirar três e trezentos

Você tem que me voltar

Dezessete e setecentos...”

Assim cantam a canção,

Certo tipo de ladrão

Que rouba até o vento.

Um cruzeiro é um centavo!

Vejam só que confusão!

Esse tipo de sujeito

Está em toda Nação,

Como vive o vigarista,

Que fica sempre na pista

Pra roubar o cidadão.

“O Tostão” já jogou bola,

Foi craque como o Pelé;

Com tostão andei de bonde,

Já comi pão com café;

Agora é forte um centavo,

Que está forte e muito bravo

Do real que está em pé.

Em pé pra não cair mais

Este forte dinheirão

Tão forte e garantido

Como o antigo tostão.

Tem gente que acredita

De ninguém escuta a crítica

Que é plano de eleição.

Se for plano de eleição

Ele por si morrerá;

Tão forte e tão garantido

Aí, então, a inflação virá;

E vai ser uma loucura

Não tem mais quem o segura

E os preços vão voar.

Tudo depende de o povo

Pra ajudar a combater

Esse mal que é canceroso

Pra não deixar corroer.

Esse mal que é a inflação,

Não tem quem toma pé, não;

Só rico que tem poder.

Dólar é forte e o real

Pra ser forte muito forte

O governo tem na mão

Uma Lei que o povo goste

Que pune quem remarcar

E que o governo punirá

E o povo tem muita sorte.

Eu me lembro de criança

Pataca, vintém comprava:

Carne, feijão, pão e arroz,

Inda no bolso voltava

Uns tostões no bolso tinha,

Que inda comprava farinha

E todo mundo fartava.

Fartava tudo, pois tinha,

Na lavoura e plantação

De mandioca e batata

Tinha tudo de arrastão.

O dinheiro muito forte

Todo mundo tinha dote

Capado gordo e leitão.

Mas o povo era sabido

Com o mil reis em sua mão

Tinha seu baú e cofre

Pra livrar do mau ladrão.

Hoje o ladrão é quadrilha

Organizada na trilha

Quem ta preso é o povão.

Fernando Henrique e Itamá

Viveram em corda bamba

Pra inflação não voltar.

E viver, assim, com a fama.

O Lula com sua equipe

Teve que curar da gripe

Tirando o povo da lama.

Hoje todo mundo fala

Que o real foi bem planejado,

Diferente da Argentina,

Que já anda fracassado.

Aqui não dolarizou,

O real tem seu valor

Tem dinheiro reservado.

Pra garantir o real

Milhões de dólares tinha

Depositado em reserva

Pra garantir o que vinha.

E veio, então, o real,

O cruzeiro se deu mal

E logo saiu da linha.

O reinado do real

Tem que haver sua vitória;

Se os Estados Unidos

O dólar é o real da glória

É que, aqui, há gente séria,

Já tá saindo da miséria

E está limpando a história..

Nossa história é vergonhosa

Desde o salário de fome,

Analfabetismo e morte,

Sem cidadania e sem nome;

Quem representa o povo,

Sobe o salário de novo

E o povo que se dane.

A Educação já foi boa,

Na década de cinqüenta;

E quem cursava o primário

Sabia onde estava a venta;

Hoje cursa a faculdade,

Só o canudo e diz ser letrado

Não divide dez por quarenta.

Diz que tudo foi em vão!

O que aprende agora, então?

E o que ganha um professor

É uma miséria na mão!

O dinheiro é ninharia,

A feira é uma porcaria

Inda tem desnutrição.

Mesmo com o real forte

Sofre o pobre professor

Com um salário tão baixo

Compra mal um cobertor.

Inda é ameaçado

Por aluno malcriado

Onde está o Legislador?!

Há prefeito que não faz

Plano de Carreira, não;

Vereadores se calam,

Deputados no avião.

Senador que é do povo

Sobe o salário de novo

Professor! Vai pro caixão.

A saúde, nem se fala.

Morre à míngua na fila;

O doutor que é do SUS

Tem que carregar a pilha.

O dinheiro que ganha

Não serve, é uma barganha!

Jogador tem mais valia.

Agora a presidenta

Tem que segurar o real

Senão volta a inflação

E espalha-se o bom fiscal.

Em cada porta de loja

Aí vem carro se aloja

É o fiscal da Federal.

Quem paga é o consumidor

Se voltar a inflação

Também voltará na hora

A tal da remarcação;

Quem tem jogo de cintura

Faz política de brandura

Vem o dólar e a correção.

Hagaribeiro. 24-03-11.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 24/03/2011
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