Aboio (dos vaqueiros do Sertão Nordestino)

Saudade de um tempo que não vivi

(aboio)

Ê, ê ,ê, vida de gaaado,

que saudade é essa,

de um tempo que não vivi,

na terra dos meus avós,

onde cantavam os juritis...

Bis...

quando vejo uma novilha,

saltitando na boiaaada

soltando poeira do chão

lembro das forquilhas,

margeando as vaquejadas

nas festas de apartaçããão,

..... ê,ê.ê... vida de gaado

vejo meu avô trajando sua jaqueta de couro

chapéu, perneira, e gibão,

correndo boi desgarrado nas quebradas do sertããão ......

aínda novo e valente gozando de perfeita visããão....

ê ê ô ô boi ê ha!

Bis,

quando lembro disso amigo,

recordo de um tempo antigo

um tempo que não foi meu

onde só meus antepassados

naquele tempo viveeeu....

ê ê ô,ô,ô.... vida de gaaado ....

era um tempo de seca,

que assolava o sertão, ....

esse tempo eu não vivi,

mas tá na minha imaginação,

só o tempo que conheci,

aconteceu mais para frente,

meu avô, velho, cego e doente,

pra tudo e de todos dependente,

na mais completa escuridão..

.ê, ê,ê vida de gado

que saudade é essa,

de um tempo que não vivi,

na terra dos meus avós,

onde cantavam os juritis...

hoje ele está correndo nas vaquejadas lá do céu,

Com certeza anda montado num divino corcel

não monta mais seu cavalo,

nem derruba boi no chão,

mas tem seu nome gravado

dentro do meu coraçããão ...

.... ê, ê, ê vida de gaaado.

Marconde Cantarelli

MCantarelli
Enviado por MCantarelli em 23/03/2011
Reeditado em 11/07/2012
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