Micaretas (Axé)
Pense numa festa de côrno,
Estas festas de axé,
É “home” beijando “home”
É “mulé beijando mulè”.
É uma porra dum caminhão
Uns sabido cantando em cima
Os besta correndo a pé
Os liso acompanha de lado,
sem se encostar nos muros ;
Para não sair mijado.
É a verdadeira imagem do inferno,
É bebo que só a porra, um empurra-empurra,
que até quem não quer, vai,
A catinga de mijo é tanta que do meu nariz não sai,
Sem f,alar na zoada, eita tum-tum-tum do carai.
É uma apurrinhação, a demora desses bloco,
A multidão é tamanha que não sei onde o pé coloco,
Pula a lama, pula o mijo,
tô já ficando estérico,
Quem for côrno que acompanhe,
Esse tal de trio elétrico.
E pra acabar de lascar,
um cantorzinho de quinta,
Sem voz, sem rítimo, e sem vergonha,
Na verdade, um bom fumador de maconha,
coisa assim nunca se viu,
Mandando quem dessa merda não gosta,
Para a puta que pariu.
Por saber disso tudo,
Pensa que eu tava lá?
Só o corpo, pois,
Fui minha mulher levar.