QUANDO UM VELHINHO CHORA

Se ocê topá um veinho chorano judia dele não!

Num é atoa quel chora é a sardade martratano o curação

Ampara o vei braçano ele, da um aperto de mão

Ocê deve alembrá o quel foi um dia, Ca saude sadia

Trabaiô cum tantim de força, coraje cum fé e aligria

Se alembre quele nasceu piquitim tomem foi bebê

Gatinhô no chão usô frarda chupô bico mamô iguar ocê

Feiz istipulia de minino foi dolecente, prontô arguma ruaça e fracatua

Inté isborde iguar todo jove, teve a mema idade qui a sua

Sortô papagai jugô futibor, passô o zóio narguma dama de rua

Se agora ta vei cançado cus nervo mei intortado

Inda cheim de sardade, nun vai ocê dispresá o coitado

Fais um poco de caridade, prusêia quele mode ele cê alegrado

As veis dois dedo de prosa, conforme a ora, da prele uha miora

Us veinhos decadente de agora, foi os mininos de otrora

Sele nasceu na roça, ocê já cumeu argum trem quel prantô

Sele fô da cidade, as veis ocê inté já andô nos carro quel cunsertô

Vistiu ropa que custurô, carçô sapato quel fabricô, cumeu dos pão quel assô

Sentô nos Banco do jardim, pisô nas cacarçadas quel feis cum carim

Todo véi num merece ninhum preconceito, cê veio num é defeito

Inté é muito dos contráro, veio é patrimonho, qui merece respeito

El carrega no sembrante o peso

daidade, o monte de ano qui cumulô

Na mão caracachenta, sua identidade os calos é tributo qui restô

Pode se orguiá, cumpriu sua missão cum dignidade de home trabaiadô

Intonce pus jove e pus minino, agora eu vô falá, sei cocêis vai mi uvì

Arrespeite os pobres dos veim, retira dese os ispim fais força mode el rí

Tem um tantim de paciênça, num dexa el cai na discrença, nem aduecê

Cum a tar de sulidão, fais o cocê pudé pun ancião, Deus vai gosta docê

A dispoi eu vô dizê procê verdade, amôr e sulidaredade é invistimento

Ocê ta prântano mode recebê tudo in dobro, a carqué momento

Nois tem de coprendê, qui num se coi uma fror prantano ispim

Pricisa tê amô cê sulidario du cuntrário num tem bão camim

Há mai um alerta, nu camim que passa os véi, procê as porteras fica aberta!

“PENSE NISSO ANTES DE MENOSPREZAR UM IDOSO”

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 29/10/2010
Reeditado em 30/10/2010
Código do texto: T2584760
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