Cantando as Palavras
I.
Vou acelerar as palavras
Pingando cada uma letrinha
Direi num jeito eloquente
Igual música de uma criancinha
Vou cantar uma vontade
Num jeito sem ter maldade
Fazendo como lembrancinha
II.
Vou rememorar o passado
Mostrando como é que se faz
De todo menino e menina
Que já quis ser capataz!
Mas vou mansinho-devagar
Com letras igual falar
Não ficando ninguém pra traz!
III.
Vou indicar encima do teto
Enfeitando pertinho do céu
Olhando todas as nuvens
Como poesia num papel
Vai ser um fantasiar
Mostrado por este cantar
Iguaria d'um menestrel!
IV.
Vou parar de só brigar
Com aquela reencarnação
Agora eu quero mesmo
É mudar minha expressão
Serei sempre um poeta
Direi pra filho e pra neta
O que é a entonação!
IV.
Usarei mais palavras
Mudando o vocabulário
Deixarei de ser lógico
E menos ainda hilário!
Indicarei sem ter pressa
Essa, que é nova promessa!
E que em nada é salafrário!
IV.
Viverei a nova poesia
Sendo agora o meu viver
Vou cantar e musicar
Nesse novo anoitecer!
O sono será divino
Transformado agora em hino
E que eu faço é renascer!
V.
Se ser poeta é ser assim
Não serei qualquer cristão
Farei uma nova frase
Agora sem palavrão!
São palavras amorosas
Distintas e milagrosas
Que virão do coração!
VI.
Eu cantando com um bom tom
Numa força nordestina
Fazendo sempre a graça
Igual mulher que é fina!
Assim haverá um amor
Força e ditos com valor
E isso não é mais a sina!