O CAIPIRA E O ESPANTALHO
Ieu vi um ome impé
Berano a roça de mio
Fui inté La mode vê o quié
Um home cum cara de batata
Carça curta remendada
Sem camisa de gravata
Chapéu casco de tatu
Ca abra suja disfiada
Precata de coro cru
Boca grande disdentada
Incostado no pau de guatambu
Dei bomdia prele
Mode vê u seu jeitão
Mais ele nun arrespodeu
Priguntei pa iducação
Falô nada cum ieu
Turnei a dá bomdia
Preguntei a sua graça
Ele num arrespondia
Foi ai qui pricibi
Sua cara de cabaça
Inrriba duma furquia
Gancho de pau terra do cerrado
Suas venta dois buraco
Os dente arraganhado
Seus braço um pau torto
Cuns mulambo inrolado
Bilisquei meu carcanhaá
Mode vê se tava sonhano
Ôh sera arguma assombração
Quereno mim ispantá
Pesadêro mau agôro
Inté visão pudia cê
Isso tudo ieu maginei
Ôh mêmo coisa dotro mundo
Lá dos quintos dos caráio
Quando defé um amigo me gritô
Cocê fais na frente desses ispantáio
Abestaiado bocoiô
Ta pensano quessai é seu avô?
Seu bobão dos cafundó
Pareceno inzaminadô??!