O CAIPIRA E O ESPANTALHO

Ieu vi um ome impé

Berano a roça de mio

Fui inté La mode vê o quié

Um home cum cara de batata

Carça curta remendada

Sem camisa de gravata

Chapéu casco de tatu

Ca abra suja disfiada

Precata de coro cru

Boca grande disdentada

Incostado no pau de guatambu

Dei bomdia prele

Mode vê u seu jeitão

Mais ele nun arrespodeu

Priguntei pa iducação

Falô nada cum ieu

Turnei a dá bomdia

Preguntei a sua graça

Ele num arrespondia

Foi ai qui pricibi

Sua cara de cabaça

Inrriba duma furquia

Gancho de pau terra do cerrado

Suas venta dois buraco

Os dente arraganhado

Seus braço um pau torto

Cuns mulambo inrolado

Bilisquei meu carcanhaá

Mode vê se tava sonhano

Ôh sera arguma assombração

Quereno mim ispantá

Pesadêro mau agôro

Inté visão pudia cê

Isso tudo ieu maginei

Ôh mêmo coisa dotro mundo

Lá dos quintos dos caráio

Quando defé um amigo me gritô

Cocê fais na frente desses ispantáio

Abestaiado bocoiô

Ta pensano quessai é seu avô?

Seu bobão dos cafundó

Pareceno inzaminadô??!

Geraldinho do Engenho
Enviado por Geraldinho do Engenho em 09/10/2010
Reeditado em 09/10/2010
Código do texto: T2546244
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