A BELEZA DO MALUCO: TRIBUTO A RAUL SEIXAS
Peço licença ao leitor
Para poder relembrar
O melhor cantor de rock
Que ficou bem popular
E da sua rebeldia
Vamos sempre nos lembrar
Esse cara é Raul seixas
Nosso maluco beleza
Sempre nadou no rio
Indo contra a correnteza
E deixou suas verdades
Vivas em nós, sua grandeza
As palavras que dizia,
Refletia sua luz
Com a cabeça maluca
E palavras que seduz
Porém não são mentiras
A reflexão nos conduz
As palavras de Raul
Tenha fé e acredite
Explodem dentro de nós
Tal como dinamite
E Raul nos ensina
Siga em frente, lute,grite
Raul se esforçava
Para ser um sujeito normal
Nunca conseguiu fazer
De um modo sempre igual
Sua inconformidade
Era o seu diferencial
Foi à mosca na sopa
De que queria nos moldar
Uma nova sociedade
Ele queria criar
E por isso de maluco
Já vieram o chamar
Queria uma sociedade
Em que o povo tivesse vez e voz
Levando vida digna
Longe da política algoz
Que desvia nossas verbas
De maneira bem veloz
Por isso queria ser
Metamorfose ambulante
Ficava agoniado
Achava aterrorizante
Ver que estava afundando
O seu país tão gigante
A nossa dívida externa
Provocou um grande rombo
As riquezas indo embora
Desde os tempos de Colombo
E os ditadores deram
Na população um tombo
Raul veio então
Para radicalizar
Achou que a solução
Seria o Brasil alugar
Pra pagar a nossa dívida
Vamos logo escancarar
Nunca quis ser perfeito
Muito menos prefeito
A política é um câncer
Que não tem mais jeito
Elegemos parasitas
O que gera causa e efeito
Sempre quiseram saber
Onde ele queria chegar
Se há tantos caminhos na vida
E pouca esperança no ar
Mas você só vai saber
Quando experimentar
Não tinha respostas prontas
E nos fazia pensar
Desde os tempos da infância
Até a velhice chegar
E mexia com a cabeça
De quem ia lhe escutar
Suas letras provocavam
Em nós reflexão
Para onde iam as riquezas
Da nossa grande nação
Se não pertence ao povo
Pra que tanta enganação
Dizia que o amor
É algo forte letal
E nos fez refletir
À beira do Pantanal
Mesmo em quem amamos
Cravamos o nosso punhal
Insistimos em fazer
Sempre as mesmas coisas sem gostar
Mesmo sem ser feliz
Só por medo de arriscar
Somente correndo riscos
O sucesso irá chegar
Para as coisas da vida
Tem ter discernimento
Sem ter medo da chuva
Nem da sorte, nem do vento
Devemos viver livres
Desde o nosso nascimento
Para ele o sofrimento
Parte da nossa aceitação
Em tudo que nos é imposto
Sem fazer reclamação
Faze o que tu queres
Ele dava a solução
Raul vem nos alertar
O amor de Deus é invencível
Cuidado com o pastor
Da igreja invisível
Vendendo falsos milagres
Para quem é bem sensível
Raul dançou Rock com o diabo
É mística a sua dança
Manteve com ele amizade
E boa vizinhança
Mas se apegou com Deus
Pra manter a esperança
Raul nos surpreendia
Ensinava uma lição
Pedia a Deus que se caísse
O pegasse pela mão
Pra ajudá-lo a levantar
Para ter sustentação
As palavras de Raul
Provocavam ruptura
Encorajava-nos sempre
A cuspir na estrutura
Que é massificada
Pela falta de cultura
Muito o criticavam
Pela sua insensatez
Se tudo estava perdido
Dizia tente outra vez
Havia muito sentido
Na sua maluquez
O maluco dizia
Que o amor é universal
Não se pode jurá-lo
Tendo em vista que é mortal
Pois quem jura seu amor
Trai seu próprio ideal
Aos pais mandou um recado
Como forma de alertar
A seu filho ofereça
O que possa confortar
Sapato menor que o pé
É difícil suportar
Respeite então seu filho
Ou vai querer te largar
Vai num disco voador
Para nunca mais voltar
O respeito vai fazer
Seu filho se aproximar
A vida passa rápido
Então viva, experimente
Não fique aí parado
Com a boca cheia de dente
O disco voador te espera
Uma nave reluzente
Vais conhecer o universo
Sem fronteiras, transparente
E outra visão de mundo
Abrirá a sua mente
Você vai se rebelar
Não vai mais ser conivente
Cada um faz o que quer
Todos nós temos neuroses
Raul inconformado
Fazia metamorfoses
Ingeria muito álcool
Elevadas essas doses
Raul nos fez pensar
Em nosso modo de viver
Diz que a verdade do universo
É a prestação que vai vencer
A vida não é só isso
E só um cego é quem não vê
No dia de sua morte
Foi aquela comoção
Os fãs inconsoláveis
Sustentavam o caixão
Relembrando suas músicas
Todos cheios de emoção
Não vamos lembrar o Raul
Com choro e tristeza
Ele fez metamorfose
Tamanha é sua grandeza
É o princípio o fim e o meio
É a própria natureza
Raul não veio pra ficar
Demorar nessa estalagem
O universo é enorme
Precisou seguir viagem
Foi buscar noutro planeta
Uma nova hospedagem
E assim vou concluir
O enredo feito em rima
Da beleza de Raul
Que hoje canta lá em cima
Até breve meus amigos
Eu me chamo Sírlia Lima