O Brasil sem Zilda Arns
O Brasil sem Zilda Arns
O Brasil sem Zilda Arns
Não é o mesmo Brasil
Perder aquele sorriso
Daquele rosto gentil
É como perder uma fada
No belo “Mundo Infantil”.
A Pastoral da Criança
Perdeu sua fundadora
Ficou plantada a semente
Se foi, a semeadora
Por certo Deus a chamou
Pra tê-la como assessora.
Em missão humanitária
Ao povo do Haiti
Como se já não bastasse
A sua missão aqui,
Doou pela última vez
O amor que havia em si
Na verdade o terremoto
Cruel e destruidor
Que devastou Porto Príncipe
Espalhando medo e dor
Matou o seu corpo físico,
Mas jamais, o seu amor...
Pois amor não se abala
Com desastres naturais,
Transpõe-se além do tempo
E das coisas materiais
Não se compra nem se vende
E só colhe quem planta a paz.
E a Dra. Zilda Arns
Plantou em cada semblante
De cada criança pobre
De perto ou muito distante
Através da Pastoral
E de sua mão operante.
A criança, ela amou
Ao idoso, também
O Brasil ela entendeu
Ajudou e foi além
Das fronteiras brasileiras
Para semear o bem.
Uma mulher sem limites
Pra expressar seu amor
Sob a “Luz do Evangelho”
Sem juízo de valor
Matou a fome de muitos
Deste Brasil sofredor.
É que há vários Brasis
Dentro de um Brasil só:
Um Brasil rico e soberbo;
Outro pobre de dar dó
Onde a fome embarga a voz
Pega as tripas e dá um nó.
Ah! Se os homens lá de cima
Que o voto instituiu
Vissem a fome e a pobreza
Que a Dra. Zilda viu
Cada um prestaria conta
Dos votos que adquiriu
Aí sim, este Brasil
Tão amado e tão querido
Iria deixar de ser
Um “Gigante adormecido”
E matar a fome gigante
Do Brasileiro excluído.
Acorda, acorda Gigante!
Que o futuro já chegou
Dra. Zilda partiu
Mas um recado deixou:
-Dormiste 500 anos
Em Trópicos Americanos
Causaram-te tantos danos
E ainda não acordou?