O Período Colonial

Cabral chegou por aqui

E o Brasil foi descoberto

Assim falam os lusitanos

Português é muito esperto

Dizem que português é burro

Mas isso não ta muito certo

Portugal enviava gente

Para procurar riqueza

Queriam metais preciosos

Mas para a sua tristeza

Aqui nada encontraram

Trocaram então miudeza

Praticaram o escambo

Com os nativos da Terra

Mas o clima de amizade

Logo transformou-se em guerra

Foi aí que o homem branco

Teve que engolir uma serra

Pois o índio guerreiro

Tocava o maior terror

Incendiou até vilas

Provocando assim horror

Queriam mesmo expulsar

O lusitano explorador

Mas existia uma coisa

Que o índio não esperava

Era a doença do branco

Que ligeiro infectava

Era morte então na certa

Tribo inteira dizimava

Tudo que o índio queria

Era não ser escravizado

Por isso até aceitou

Que fosse catequizado

Melhor que ser escravo

Era ser cristão batizado

Pois quando tinha a cruz

O branco então pregava

Porém para poder lucrar

Sem remorso ele matava

Entre a cruz e a espada

Era o índio que ficava

Por cerca de trinta anos

Portugal só fez estudar

Se lhe seria lucrativo

O Brasil colonizar

Já o Reino da França

Uma lasca quis tirar

Martim Afonso de Souza

Para cá foi enviado

A primeira tentativa

Do Brasil colonizado

Seria aqui finalmente

Um local "civilizado"?

O próximo passo dado

Foi implantar capitania

Passadas de pai para filho

Com documento e garantia

Na terra o donatário

Tinha toda autonomia

Mas dentre todas elas

Pernambuco e São Vicente

Foram as duas capitanias

Que deram um passo à frente

Plantaram cana-de-açúcar

Com bom solo e clima quente

Fracassado esse sistema

Decidiu então Portugal

Instalar outro modelo

Chamado governo Central

Sendo lá em Salvador

Sua sede e capital

A economia açucareira

Foi um referencial

Do período conhecido

Por Período Colonial

Quando o Brasil vivia

Submisso a Portugal

Importou-se da Inglaterra

Uma certa estrutura

Com mão-de-obra escrava

Para a monocultura

Realizou essa tarefa

O negro de raça pura

Trazidos da mãe África

Pelos Navios Negreiros

Que também se chamavam

Miseráveis Tumbeiros

Assim foram abastecidos

Os engenhos brasileiros

Longe de sua terra

O africano acuado

Lutou heroicamente

Foi legítimo soldado

Queria ver o seu povo

Novamente libertado

O Quilombo dos Palmares

Símbolo da resistência

De um regime opressor

Baseado na violência

Tinha no negro Zumbi

A sua maior referência

Na história desse Brasil

Há muito sangue derramado

Tanto de gente inocente

Quanto de um revoltado

Nada são somente flores

Se tratando do passado

Desde a Era do açúcar

E até na Mineração

Houve revoltas armadas

Onde se fez rebelião

Na chamada Vila Rica

Estava feita a confusão

A Metrópole cobrava

Impostos muito pesados

Com isso os mineradores

Ficaram então revoltados

Não deu pra Felipe dos Santos

E nem para os seus liderados

O governante das Gerais

O Conde de Assumar

Mandou os seus capangas

Vila Rica incendiar

Assim ele conseguiu

A revolta sufocar

Essa é nossa história

Repleta de exploração

Eis as nossas origens

Que formaram essa nação

Deixando como legado

Miséria e corrupção

Ainda tem muita coisa

Nem falei dos holandeses

E também não disse nada

Das lutas com os franceses

Farei isso n’outra hora

Em qualquer dia desses

Vou ficar por aqui mesmo

Espero deixar saudade

Até o próximo encontro

Já bateu a ansiedade

Em vez de adeus eu digo:

Meu amigo até mais tarde.

FIM

T S Oliveira
Enviado por T S Oliveira em 12/12/2009
Reeditado em 20/07/2010
Código do texto: T1974428
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