HUMANOS OU ANIMAIS?
50 - OS HUMANOS ANIMAIS
Autor: Heliodoro Morais
Humanos e animais
Têm muita coisa em comum
Podiam viver em paz
Sem ter problema nenhum
Mas o homem por ser cego
Pra satisfazer seu ego
Quer pisar em qualquer um
Não existe bicho algum
Que queira ser racional
Prefere fazer jejum
No reduto florestal
Do que imitar a gente
Pois o homem, inteligente
É pior que o animal
Chamam de cão desleal
Quem põe a gente em perigo
Cachorro é um animal
Que não merece castigo
Nem tratamento cruel
Pois o cão é mais fiel
Do que seu melhor amigo
Quero entender não consigo
O nosso vil pensamento
Chamam de burro o mendigo
Que não teve ensinamento
Se burro tivesse estudo
Seria o dono de tudo
Pro homem ser o jumento
Mulher braba é um tormento
Destrói qualquer animal
É um bicho peçonhento
Sem respeito e radical
No seu mundinho pequeno
A mulher tem mais veneno
Do que a cobra coral
No meio do matagal
Sobre as gotas de orvalho
Macaco é cara-de-pau
E não gosta de trabalho
O homem é um chimpanzé
Que vive atrás de mulher
Pulando de galho em galho
Sempre se acha um atalho
Seguindo o caminho errado
Querendo descer o malho
Mesmo sem haver culpado
Eu digo sem sacanagem
Bicho não faz a bobagem
Que faz um homem veado
Outro erro escancarado
Chamar mulher de galinha
Porque vive no pecado
Sempre saindo da linha
Galinha arranja pro povo
A pena, a canja e o ovo
E a carne bem fresquinha
Em conversa de vizinha
Homem traído é chifrudo
Essa visão tão mesquinha
Pra mim parece absurdo
Solte um touro no cercado
Com dez vacas em cada lado
Que ele dá conta de tudo
Um pecado cabeludo
Mulher que fala demais
Faz do papagaio escudo
De toda mulher falaz
Aí que mora o problema
Papagaio não tem por lema
Fazer o que ela faz
Coisa que não satisfaz
É peba, diz o ditado
Mas o povo vive atrás
De comer peba torrado
Eu acho que o sujeito
Que ver peba desse jeito
Devia ser enterrado
De gambá, logo é chamado
Um caboclo fedorento
Não pode ser condenado
O gambá por seu talento
Cheiro pro bicho é defesa
O homem é por safadeza
Seboso, sujo e nojento
Mulher sem constrangimento
Nos chama filho da égua
Se fosse um cavalo ao vento
Eu não ia lhe dar trégua
Montava ela no lombo
Fazia levar um tombo
Pra cair com meia légua
Sem a medida da régua
A mulher finge ser gata
Ou é maluca ou é cega
Vencida e fora de data
E sem vergonha na cara
Uma gata é coisa rara
Diante dessa sucata
O homem que quer mamata
É chamado de pavão
Vive da beleza nata
Em farra e vadiação
Abre o leque na cloaca
Na demonstração destaca
Sua real intenção
Se chama de gavião
A quem namora demais
Mas preste muita atenção
Veja quem é mais capaz
O gavião caça e come
Mas o coitado do homem
Nem caça, nem come mais
Cientistas naturais
Mostraram ao mundo inteiro
Que os nossos ancestrais
Eram galos de terreiro
Porém os machos de agora
As frangas botam pra fora
Pra cantar noutro poleiro
Também o pai de chiqueiro
É um grande namorador
Conquista usando o seu cheiro
Como um verso de amor
Mas hoje a gente só pode
Chamar o cabra de bode
Por causa do seu fedor
Ser hiena é um horror
Porque só come carniça
Ri de coisas sem valor
Por sexo não tem cobiça
Pior é o ser humano
Faz sexo de ano em ano
Se não tiver com preguiça
Sem ter senso de justiça
Quem diz ser onça pintada
É uma velha roliça
Que foi toda maquiada
Bem diferente da onça
A velha é uma geringonça
De felina não tem nada
Em muita coisa falada
A humanidade se engana
Camarão vira piada
Como uma coisa bacana
Mas amigo não esqueça
Tem mais merda na cabeça
O filho da raça humana
O homem na fé insana
De centro da inteligência
Como águia soberana
Se acha o pai da ciência
Pra minha decepção
Ele age sem razão
A águia com consciência
Quando está em decadência
Quer ter sangue de barata
Um bicho de procedência
Anterior ao primata
O homem de mente fraca
Por tudo pega uma faca
Mete no peito e se mata
Então chega de bravata
Já se foi longe demais
Se o homem é diplomata
Porque não procura a paz?
Siga o exemplo dos bichos
Deixe de lado os caprichos
E proteja os animais
FIM