É triste o berrar do gado/vendo a cacimba vazia

As cascas do marmeleiro

Vão caindo pelo chão

Quando desce um barbatão

Saindo do tabuleiro,

Ao passar pelo terreiro

Não existe mais alegria

No peito só agonia

Vendo o chão esturricado,

É triste o berrar do gado

Vendo a cacimba vazia;

Não há chuvas no horizonte

Nem se vê nuvens no céu

Não se ouve mais o tetéu

Cantar alegre na fonte,

Tristeza não há quem conte

Apenas melancolia,

Somente a lua alumia

Morros, montes e roçado,

É triste o berrar do gado

Vendo a cacimba vazia;

Só há tristeza e tormento

O gado é só couro e osso

Mal sustenta no pescoço

Um chocalho barulhento,

Penso em chorar não aguento

Imploro a Virgem Maria

Que até o findar do dia

O chão se torne molhado,

É triste o berrar do gado

Vendo a cacimba vazia.

Prof. Gomes = Tampa