A LEI SECA É UM ESCUDO QUE SALVA A VIDA DA GENTE

Nº 35

A lei seca veio com força

E tem lá sua razão

Muita gente se embriaga

Tira a vida do irmão

O motivo da desgraça

É mistura de cachaça

Com um ébrio na direção

Quem anda na contramão

Coloca a vida em perigo

Põe a do desconhecido

Do parente ou do amigo

É preciso a consciência

De quem comete imprudência

Merece ter seu castigo

Bebida não é abrigo

Para abafar sentimento

Nem um poço que afoga

A dor do seu sofrimento

Mas pode ser a razão

De lhe botar na prisão

Para amargar seu lamento

Não se permita o tormento

De carregar uma culpa

Até o resto da vida

Montada em sua garupa

Sem ter razão ou motivo

O álcool além de nocivo

Não serve como desculpa

Não é preciso ter lupa

Pra ver que a embriaguez

Deixa o homem dopado

Distante da lucidez

Depois na sobriedade

É que aparece a verdade

Das besteiras que ele fez

Vai acordar no xadrez

Dizendo ser inocente

E falar que só bebeu

Dois dedos de aguardente

Enquanto do outro lado

Um rapaz é sepultado

Vítima daquele acidente

A lei não pode dar vez

A quem não respeita a vida

Assim tem que defender

A gente desprotegida

Que fica sempre à mercê

De quem se põe a beber

Por uma causa perdida

Agradeça essa medida

Analise o seu teor

Um pouco de exagero

Pode ter o seu valor

Um filho que o pai castiga

Pode parecer intriga

Mas é um gesto de amor

Sendo pra evitar a dor

Todo remédio é perfeito

Melhor que seja amargo

Assegurando o efeito

Do que um paliativo

Que consegue manter vivo

Porém não cura o sujeito

Não esqueça do respeito

Devido ao seu semelhante

Se a guerra é pessoal

Do carro fique distante

Assim você se desarma

Sem fazer do carro a arma

Que dispara do volante

Melhor seguir adiante

Procurando a solução

Que permita a sua farra

Sem ter preocupação

Vá de carona pro bar

E na hora de voltar

Pegue outra condução

Ou bote na direção

Quem não goste de beber

E possa cuidar sem risco

De quem deseja viver

Assim a sua cachaça

Não vai causar ameaça

A ninguém, nem a você

Não estrague o seu prazer

Nem altere a sua trilha

Pense antes de beber

Ficando sempre em vigília

Pra evitar que seu erro

Provoque mais um enterro

Destruindo outra família

Fugindo dessa armadilha

Qualquer viagem é segura

Quem se afasta do álcool

Se afasta da sepultura

Com uma vida decente

Evitando um acidente

Ou uma cela escura

Toda falta de estrutura

Ou desacerto moral

Com o álcool desemboca

No desajuste mental

Quem bebe com a macaca

Pode curtir a ressaca

Num leito de hospital

Todo ser que é racional

Deve assumir o que faz

O respeito é componente

Dos seus valores morais

Quem vive em sociedade

Limita a sua vontade

Ao direito dos demais

Senão vai perder a paz

Um bem deveras sublime

Deixa toda a liberdade

Pra viver noutro regime

Amargando na prisão

A sua condenação

Por ter praticado um crime

Essa lei não nos oprime

Do contrário, favorece

Basta se observar

Tudo que ela oferece

Pelo bem estar da gente

Se ninguém for imprudente

Nem um mal lhe acontece

Por isso quem se esquece

Que é um ser social

Fique com o olho aberto

Pra não causar nenhum mal

Viva mas deixe viver

Quem dirigir ao beber

Na verdade é marginal

O homem é especial

É um ser inteligente

Então não deve guiar

Ao ingerir aguardente

A lei seca só é dura

Pela falta de postura

E do descaso da gente

Podia ser diferente

Se houvesse a consciência

De que ao direito alheio

Devemos obediência

Mas o álcool que se traga

Tem sido vento que apaga

Um sopro de existência

Na hora que a negligência

Suplantar a segurança

Induzindo alguém ao vício

Que destrói sua esperança

Perde a pureza da alma

Deixando marcas e trauma

No coração da criança

A bebida é a vingança

Se espalhando aonde vai

Dominando as pessoas

Para o erro lhe atrai

Jogando fora do trilho

Pra fazer pai matar filho

E o filho matar o pai

Se de carro você sai

Fique atento e perceba

Não seja a arma do mal

O meu conselho receba

Absorva e se corrija

Se for beber não dirija

Se for dirigir não beba

FIM

Magnífica interação do amigo poeta Pedrinho Goltara

Heliodoro,poeta arretado

Algo bom preciso lhe falar

Jamais fiquei embriagado

Pois álcool não gosto de tomar

Você precisa dum fato saber

Aqui em Vitória tá pra nascer

A "Lei Seca" até dentro do mar!

Isso parece ser brincadeira

Entretanto, é fato verdadeiro

Lars Grael, aquele grande atleta

Ouro olímpico brasileiro

Teve sua perna amputada

Por uma lancha foi traçada

Bebum rico era o timoneiro!

.Há uns cinco meses decoridos

Deste ano que está corrente

Ouviram-se gritos e gemidos

De um menino-adolescente

Mais um bebum,lancha "rasando"

A perna do gurí dilacerando

Entristecendo muita gente!

Lars Grael aqui esteve visitando

O menino hospitalizado

A Justiça então comunicou

Um projeto de Lei inusitado

No próximo Verão já teremos

Nas lanchas e mesmo barcos pequenos

Polícia pra prender os "mamados"!

Heliodoro, é fato verídico, já para o próximo verão...os bebuns serão presos dentro do mar e suas lanchas apreendidas. Bela iniciativa do Governo Estadual,vc não acha?****

Obrigado Pedrinho Goltara. Concordo plenamente com qualquer inciativa voltada para a preservação da vida. A GENTE TEM OBRIGAÇÃO DE SER FELIZ!

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 25/08/2009
Reeditado em 25/08/2009
Código do texto: T1773110