DESAFIO PRA VER AS BANDAS VOAR
MOTE DA AEPP-RN: DESAFIO A HENRIQUE CÉSAR
Cabra velho eu estava com saudade
Desse nobre poeta cearense
Você desaparece e não convence
Mas saiu só pra me fazer maldade
Eu não sei de você nem a metade
Mas já vi que tem alma de espartano
Um presente de grego pra troiano
Pode vir que eu sou desassombrado
Nessa vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano
Você é um poeta competente
Reconheço que tem sabedoria
Mas eu tenho um caroço na "viria"
Que lateja se eu ficar descontente
E na briga do verso com o repente
Que e´a praia do velho catrumano
Ele sobe do saco pro catano
Quem vier entra num barco furado
Nessa vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano
Eu já fiz satanás pedir arrego
De vergonha, o tal de Lucifer
Hoje anda vestido de mulher
Do inferno eu já tirei o sossego
Quando eu pego na cola de um nego
A igreja perde um paroquiano
Deixo ele com um jeito de bichano
Que ao me ver deixa o rabo levantado
Nessa vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano
E se o cabra tiver jeito de brabo
Aí mesmo é que eu gosto da peleja
Faço que ele me sirva de bandeja
E balance pra mim lá no lavabo
Tiro o couro do quengo até o rabo
Inda arranco as orelhas de abano
Desce a merda, que sai pelo tutano
Dou porrada em quem tiver do seu lado
Nesta vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano
Dou de galho de urtiga no sujeito
E arranco suas unhas de alicate
Depois disso eu preparo o xeque-mate
Com uma faca enfiada no seu peito
Mesmo assim ele se diz satisfeito
Respirando um bujão de gás butano
Quem ver pensa que é um marciano
Pelo tanto que foi desfigurado
Nesta vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano
E depois que levar um "mêi" surrote
Nunca mais vai querer um desafio
Pois não vai esquecer o que sentiu
De tabefe, peixeira e cocorote
Eu não vou dar moleza pra pixote
Que nasceu de parto cesariano
Do nariz faço um bico de tucano
No final deixo o caboclo castrado
Nessa vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano
Minha gente isso tudo é brincadeira
Pois Henrique é um cabra de respeito
Tem um canto guardado no meu peito´
Para mim é um amigo de primeira
S' eu falei esse monte de besteira
É porque, de nós dois, eu sou anano
E o Henrique é um vate soberano
Que mandou muito bem o seu recado
Nessa vida quem pega o bonde errado
Vai parar na estação do desengano