AS AVENTURAS DE PEDRO MALAZARTES VOLUME III

Malazarte era órfão

De pai, quando a mãe morreu

Ficou triste e magoado

Com o que aconteceu

A pessoa mais querida

Que ele teve na vida

A morte não esqueceu

Mais ele não se rendeu

E seguiu sua jornada

Olhou pra mãe e pensou

Minha mãezinha amada

Apesar da sua morte

Seu corpo vai me dar sorte

Pra armar uma jogada

Em frente a sua morada

Um coronel avarento

Plantou um pomar vistoso

Ninguém entrava lá dentro

Pra vigiar o pomar

Ele mandou arranjar

Dez cachorros violentos

Pedro, sem constrangimento

Assim que a noite chegou

Jogou por cima da cerca

Aquela que lhe criou

Depois dessa sacanagem

Ele se encheu de coragem

Abriu a boca e gritou

Quando o defunto rolou

Em cima da terra fria

Os cães chegaram latindo

Rasgando o que ela vestia

O coronel acordou

Viu Pedro num chororô

Que dava até agonia

O porquê da latumia

Ele fez Pedro falar

Mãe foi pegar uns gravetos

Que tinha no seu pomar

Vieram seus cães ferozes

Mais que eu foram velozes

Terminaram de matar

O coronel ao olhar

Já ficou apavorado

Pediu pra ninguém contar

Aquilo pro delegado

Ficou morrendo de medo

Então prometeu a Pedro

Um valor considerado

Ele aceitou de bom grado

Para botar panos quentes

Se for pra tirar vantagem

Vê a morte normalmente

Além daquela bolada

Viu a mãe ser sepultada

Com um enterro decente

Pedro foi viver ausente

Montado em cima da sela

Na sua estrada errante

Tinha o céu como tela

Sempre caminhou sozinho

Nunca voltou no caminho

Por se meter em querela

Era parte da aquarela

Que o mundo quer mostrar

Mas se virava direito

Sem hora pra reclamar

Como era só na vida

Até a própria comida

Precisava preparar

Então resolveu comprar

Sua primeira panela

Parou para cozinhar

Atrás de um pé de favela

Fez fogo de aroeira

Ele acendeu a fogueira

Fez um caldo de costela...

Amigo visitante, os meus cordéis estão sendo publicados parcialmente em virtude de estarem sendo comercializados em diversos pontos de distribuição. Obrigado pela visita e volte sempre.

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 14/07/2009
Código do texto: T1699299