AS AVENTURAS DE PEDRO MALAZARTES - VOL I
Caros amigos tenho publicados os meus cordéis parcialmente, haja vista que todos os títulos são comercializados em diversos pontos de distribuição. Obrigado pela compreensão.
Pra quem não leu a história
Sobre Pedro Malazarte
Um caboclo muito esperto
Trambiqueiro, cheio de arte
No verso metrificado
Vou revirar seu passado
Pra lhe contar uma parte
Seu pai foi um baluarte
Porém não tinha um tostão
Dos filhos, um era Pedro
O mais velho era João
Atrás de sair do nada
João botou o pé na estrada
Pra procurar um patrão
Foi trabalhar de peão
Para um rico fazendeiro
Foi tratado como escravo
Conforme um prisioneiro
E quanto mais trabalhava
Mais o patrão lhe enganava
Sem lhe pagar seu dinheiro
João entrou em desespero
Vencido pelo cansaço
Trouxe de volta pra casa
A tristeza do fracasso
Seu patrão por desaforo
Fez uma tira de couro
No pé do seu espinhaço
Malazarte disse: eu faço
Questão por essa contenda
Vou atrás desse sujeito
Pra fazer com que aprenda
A ter noção de respeito
Por não haver outro jeito
Foi trabalhar na fazenda
Pra receber sua renda
Era lei do fazendeiro
Tinha que topar trabalho
Sendo pesado ou maneiro
Inda selou uma aposta
Perdia o couro das costas
Quem se zangasse primeiro
Na roça do tabuleiro
Junto com um cão de guia
Ensinado pelo dono
Foi trabalhar nesse dia
Mas tinha uma coisa errada
O fim da sua jornada
O cachorro é quem dizia
No pingo do meio dia
O cachorro seu patrono
Quis deixar ele com fome
Jogado no abandono
Pedro c'uma lasca de pau
Bateu tanto no animal
Que ele correu pro dono
Almoçou, caiu no sono
Encostado num coxim
Depois voltou pro roçado
Ao trabalho ele deu fim
Só que dessa vez agora
Pro cachorro ir embora
Bastou fazer um pantim
Noutro dia o mandarim
Mandou limpar mandioca
Pedro arrancou o roçado
Sem deixar nenhuma soca
Para ganhar a aposta
Só faz a coisa oposta
Mas o velho não se toca....