A Saga do Sertanejo da Modernidade

Eu comi meu feijão com rapadura

Estiquei minha rede no terraço

Bucho cheio, morrendo de cansaço

A cabeça rodando de tontura

“Maginando” na vida, que loucura

Tudo muda com tal velocidade

Cochilei pelo peso da idade

Me lembrando dessas coisa moderna

Balançando na rede com as perna

Me lembrando dum mói de novidade

dá pra ver que essa tal modernidade

Acabou com o sertão de antigamente

O matuto tá muito diferente

Tá do jeito do povo da cidade

As mulher tão cheia de vaidade

Fez os homem também ser vaidoso

Sertanejo ficou mais preguiçoso

Sem coragem, não pega no pesado

Passa o tempo na rede esticado

E só quer do melhor e mais gostoso...

Internet, pen drive, tá ligado

É orkut, é site, chat, e-mail

Bit, bite e tanto nome feio

De deixar um cristão apavorado

O curral não tem mais bosta gado

Não precisa porteira nem mourão

O vaqueiro não bota mais ração

Não tem queijo de coalho de mocó

Vaca hoje só quer dá leite em pó

O boi gordo faz lipo-aspiração....

Heliodoro Morais
Enviado por Heliodoro Morais em 12/07/2009
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