UM DILEMA
Com vida humilde ou nobre
Nos centros e interiores
Muitos dos que hoje nascem
Ao mundo causam mais dores;
Doutrina não querem ter
Muito menos aprender
A viver como senhores.
Se algum dia um pai chama
Seu filho a se corrigir
O guri grita com ira
Não dá ouvido, sorrir:
“Velho, ó’qui , pra você
Vê se me deixa viver
Deve comigo convir”.
Fatos mil viram notícias
Tomam páginas de jornais:
Casais que matam os filhos
Filhos que abatem os pais...
E tais desastres a eles
Muitos outros entre aqueles
Tornam-se casos banais.
Como fatalmente ocorre
Muitos filhos ficam só
Pois quem por eles fazia
A terra transforma em pó
Sofridos, procuram cura
Ou ficam na vida escura
Deles ninguém terá dó.
E esses filhos órfãos vivem
Aos trambolhões pelas ruas,
Uns acham prazer nos vícios
Outros têm as sortes suas,
E assim vão num só sofrer
A gosto ou contra querer
Tendo, pois, as vidas nuas.
Té que um dia também chegam
A manchete de jornal;
Por não plantarem o bem
Estes colheram o mal...
Mas fiquemos bem atentos,
Que as razões pra tais tormentos
Vêm da raiz social.