UM DILEMA

Com vida humilde ou nobre

Nos centros e interiores

Muitos dos que hoje nascem

Ao mundo causam mais dores;

Doutrina não querem ter

Muito menos aprender

A viver como senhores.

Se algum dia um pai chama

Seu filho a se corrigir

O guri grita com ira

Não dá ouvido, sorrir:

“Velho, ó’qui , pra você

Vê se me deixa viver

Deve comigo convir”.

Fatos mil viram notícias

Tomam páginas de jornais:

Casais que matam os filhos

Filhos que abatem os pais...

E tais desastres a eles

Muitos outros entre aqueles

Tornam-se casos banais.

Como fatalmente ocorre

Muitos filhos ficam só

Pois quem por eles fazia

A terra transforma em pó

Sofridos, procuram cura

Ou ficam na vida escura

Deles ninguém terá dó.

E esses filhos órfãos vivem

Aos trambolhões pelas ruas,

Uns acham prazer nos vícios

Outros têm as sortes suas,

E assim vão num só sofrer

A gosto ou contra querer

Tendo, pois, as vidas nuas.

Té que um dia também chegam

A manchete de jornal;

Por não plantarem o bem

Estes colheram o mal...

Mas fiquemos bem atentos,

Que as razões pra tais tormentos

Vêm da raiz social.

Antonio Leal
Enviado por Antonio Leal em 08/03/2009
Código do texto: T1475114
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