SE EU FOSSE
E se eu fosse um trem
Seria o mais veloz
Dos trilhos o albatroz
Não atrasava ninguém
E mesmo sem ter vintém
Qualquer um viajaria
E um vapor de poesia
O caminho adornava
A viagem terminava
Na estação da alegria
Ah, se eu fosse madeira!
Exércitos eu formaria
Fazendo a defensoria
Da floresta brasileira
Botaria na carreira
O lenhador mercenário
Preservaria o cenário
Da nossa fauna e flora
Para não ver ir embora
O sabiá e o canário
Se eu fosse um jurado
No tribunal desta vida
Para não causar ferida
Agiria com cuidado
Pois tem "réu" que é condenado
Sendo ele inocente
E paga injustamente
Por crime não cometido
Muito pranto tem vertido
Sofrendo injustamente!