Novas Rimas de João e de Maria
Eis mais uma história
Que seria de João e Maria
Se não fossem os atores
Dessa nossa Freguesia
Figuras bem conhecidas
Da mais alta estima.
Essa gente era da música
Uma gente extrovertida
Que num churrasco louco
Se encontraram de barriga
Ela num carrinho brega
e ele em num bolinha.
Lá para o meio da noite
se aproximou da rapariga
Ela se metendo a besta
Ele ficando na surdina
Trocaram os telefones
um quase "beijomeliga".
Assim lá foi a semana
puro tédio a revelia
Quando chega a noite
Bate a perguntinha:
"Vou sair, quer ir junto?"
"Não posso, amanhã é dia!"
Então no dia não santo
em meio a vou e desvou
ocorreu enfim o encontro!
que tanta gente logrou
Foi danada correria
Pena que o inglês falhou.
Dai que passaram os meses
dessa nossa história querida
Que tinha momentos altos
mas tinha quedas sofridas
e que no final das contas
o esforço sempre se valia
Por fim chegou uma época
em que a coisa esmoreceu
Não se soube se foi dela
ou se foi um erro meu
Mas a verdade é uma
o romance ali escureceu.
Ingênua foi a moça
Antes tivesse ela parado
pois desgraça não tá sozinha
Já dizia o velho ditado
Aproveitando a velha raposa
que cometeu fatal atentado
Muita gente duvidou
Outros até falaram não
Mas a verdade era clara
que lhe doía no coração
Esse demorou cicatrizar
Tamanho foi o rombão
Então se perdoaram
mas já não havia graça
a pureza estava perdida
e a sua alma violada
Ele tentou seguir junto
mas ela ainda o cobrava
Por fim se acabou
na alegria matutina
debaixo de sol e chuva
Deu-se então a despedida
Dizendo até logo
lá se foi a minha vida
Pensou que passaria
Mas passar não passou
Ele agora olha
esperando o que não chegou
uma nova mensagem
Uma talvez carta de amor
Entritecido lembrou
na alvura de sua cor
Lembrando das memórias
Tentando esquecer o rancor
Parecia não mais ligar
Então donde vinha a dor?
Falta agora o seu tempo
Para onde seu amor o levou
Olhando o mundo apagado
Apenas sombra do que restou
Só lhe resta o olhar triste
Chorando pois tudo se acabou.