SEXTILHAS

No meu pedaço de chão

A esperança eu plantava

Mas vinha a seca feroz

E tudo esturricava

Só a cacimba dos olhos

Dia e noite jorrava

***

O amor os homens pedem

Mas se esquecem de dá

Escravos do egoísmo

Só falam: "mandem pra cá!"

Sangue suga e suas filhas

Vivem dizendo: dá, dá!

***

O sol parece uma flor

Sorrindo pra mim distante

Ornamentando o céu

E num abraço brilhante

Ele esconde a lua

Com carícias de amante

***

Nos teus versos naveguei

Fui aportar numa praia

Flores de rimas cresciam

Bordadas como cambraia

Ali colhi mil poemas

das folhas de uma faia

***

Meu verso é um torpedo

Que do peito sai veloz

Rasga o fundo do mar

Com uma força feroz

Escapa pra atmosfera

Voa que nem albatroz

***

Tem noite que é de breu

Quando se esconde a luz

A inspiração não vem

Em modorra se traduz

Nem um poema, nem verso,

O pensamento conduz!

***

Ainda bem que fugimos

Pro mundo da poesia

A realidade é dura

Na luta do dia a dia

Porém podemos sonhar

Com paz, amor e alegria

Luciene Soares
Enviado por Luciene Soares em 07/08/2008
Código do texto: T1116834
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.