OLHOS ARRANCADOS
Microconto
"""""""""""""
Enquanto Juliano tentava dormir, já quase conseguindo cerrar as pálpebras, seus olhos foram arrancados, ainda deu tempo de ver duas mãos peludas a segurarem sua cabeça e dois dedos com unhas perfurantes penetrarem suas vistas e fazendo-o nada mais enxergar. Estranhamente ele não sentiu dor, só a agonia de presenciar tamanha crueldade.
Em fração de segundos, ainda atônito, colocou suas mãos sobre o rosto e percebeu duas profundidades, sentiu a quentura do sangue que jorrava delas com a falta dos globos oculares. Ficou curioso e até calmo por não sentir uma dor que esperava sentir, mas a falta dos seus olhos o incomodava.
Juliano, pasmo, tateou pela cama e conseguiu detectar duas bolas sobre o lençol e deduziu serem seus olhos. Segurou-as com firmeza e imediatamente recolocou-as em seus devidos lugares voltando a enxergar. Surpreso, viu que suas mãos não apresentavam sinais de sangue e tudo estava normal, só o sono que não vinha.