Projeto Viagem Astral - RESGATE

   Os dias se passaram num piscar de olhos. Volta e meia eu sonhava que estava numa sala de aula, aprendendo as mais diversas matérias, mas nunca conseguia gravar o rosto dos professores ou mesmo dos meus colegas. Algumas aulas eram em salas, outras em locais abertos. Mas eu sempre encarava como só mais um sonho sem sentido.

   Mas aquela noite seria diferente.

   O início foi semelhante: sentia o corpo vibrar, inflar até flutuar. Nesse meio tempo, ouvia vozes como se fosse um rádio sintonizando algo.

   Muita agitação. Pessoas correndo de um lado para o outro. Palavras de ordem. Acabei entrando em algo parecido com um submarino em forma de charuto. Estávamos voltando para Terra. Mas como assim? Nem me lembrava de ter deixado o planeta!

   Eu e mais dois vestimos um traje energético que cobria todo o corpo. Tínhamos que entrar em uma casa extremamente carregada. Ela era cercada de uma energia densa, semelhante a um mormaço. Tão quente que parecia estar pegando fogo.

   O lugar me era familiar. Seguimos até ele num tipo de submarino flutuante menor. Quando entramos no campo energético da casa, meu corpo todo foi tomado por uma tremedeira inexplicável. Os outros dois que vieram foram criando um campo de luz que me ajudou a se recuperar.

   Eles me explicaram o seguinte: aquela casa estava em situação crítica e estávamos lá para ajudar. Tínhamos sido convocados e o caso era urgente. Eu seguia as ordens ainda sem saber muito bem o que estava fazendo.

   Quando entramos nos cômodos, enxerguei vários seres trevosos, cobertos por uma substância escura, algo entre a lama e o piche. Meus dois colegas criavam um campo de repulsão abrindo o nosso caminho. Eu fazia de tudo para me manter dentro da área segura. Mas, volta e meia, sentia uns puxões dessas entidades, que tentavam nos assustar para sairmos dali.

   Eu estava morrendo de medo, mas confiava nos meus colegas. Quando chegamos no alvo, notei que eu conhecia aquela pessoa. Alguém da família?

    Então, eles me falaram para ir nela, retirar manualmente os parasitas que estavam no seu periespirito e canalizar uma luz branca-alaranjada indo desde o chacra da coroa até o cardíaco.

   Fui lá e fiz da melhor forma que pude. Os malditos parasitas tentavam se fixar nos meus braços, mas meus companheiros me ajudavam a elimina-los.

   Parecia que havia um farol naquele cômodo. Meus colegas tinham conseguido abrir uma rota segura para os ajudadores mais evoluídos atuarem.

   Nos poucos momentos em que os parasitas ficaram presos em meus braços, sentia minha energia se esvair rapidamente, uma tristeza se instalava quase que instantaneamente.

   Quando fiz a tal da energização, vieram outros ajudadores com roupas muito brilhantes. Me senti impelido a falar algumas palavras de conforto para aquela pessoa naquele momento. Ela ainda estava dormindo profundamente. Quando o líder deu o sinal, saímos pelo canal luminoso que tinha se formado.

   De volta a "base" retirei o meu traje dentro de uma piscina de água muito transparente. Quando no traje saiu, já enegrecido, ele foi sugado por um tipo de ralo que tinha à minha esquerda e direita.

   Acordei daquele estranho sonho vivido pensativo, mas os afazeres do dia a dia acharam ocupando a minha mente.

   Lá pela hora do almoço recebi uma mensagem de um primo distante, falando que teve um sonho doido comigo.

   Vai entender...
Manassés Abreu
Enviado por Manassés Abreu em 07/05/2020
Reeditado em 28/05/2020
Código do texto: T6939943
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