O ÚLTIMO PASSAGEIRO

   O trem seguia viagem tranquilamente percorrendo um trecho entre montanhas e florestas, passaram-se algumas horas desde que saiu de uma pequena cidade com destino a um grande centro comercial de outro estado, faltavam pouco mais de duas horas para a chegada. Deivid estava ansioso, queria chegar logo mas as horas demoravam demais, parecia uma eternidade, sentia-se cansado e com os olhos quase fechando, uma sensação de sono se abateu sobre ele, os vagões estavam quase vazios, muitos passageiros desceram ao longo sad inúmeras estações por onde o trem passou. Enfim o sono veio e ele adormeceu ali naquela poltrona razoavelmente confortável.

Deivid despertou bruscamente e percebeu que o vagão em que se encontrava estava vazio. O trem continuava em movimento e a noite havia chegado deixando-o um pouco confuso, afinal a chegada ao seu destino estava prevista para as quatro da tarde e não entendeu porque as horas haviam se passado rapidamente. Olhou o relógio, já passava das seis da noite, levantou-se e percorreu os outros vagões, viu que ninguém mais se encontrava neles. A escuridão lá fora não permitia ver nada e nem ter ideia onde estava. Ele estava sozinho, sendo transportado para onde não imaginava.

Afinal o trem parou, a estação estava bem iluminada, as portas se abriram e ele desceu segurando sua mala. Não viu um pé de pessoa, nem sabia onde estava, não tinha a quem perguntar e obter alguma informação. Foi até a frente da locomotiva e tentou visualizar o maquinista, mas a cabine estava vazia, ninguém ali. As luzes da estação começaram a se apagar e apenas as luzes internas dos vagões permaneceram acesas, com receio ele embarcou e se posicionou em seu lugar. O medo tomou conta dele, era o único passageiro de um trem que nem maquinista tinha, aguardou algo de ruim acontecer e novamente teve uma sonolência que o fez dormir. Acordou com o fiscal batendo em seu ombro avisando que o trem havia chegado ao destino e que todos os demais passageiros já haviam desembarcado e ele acabara dormindo. O dia estava claro, consultou o relógio, era exatamente a hora prevista de chegada. Respirou aliviado.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 16/12/2019
Reeditado em 17/12/2019
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