UMA BOLA DE FOGO NO CANDEEIRO
A pequena chama do candeeiro de repente transfornou-se numa imensa bola de fogo, assim num piscar de olhos. Antes ela estava quase parada, o vento era pouco e não a fazia mexer-se muito. Eu estava concentrado naquele foguinho quase imóvel quando me veio o susto. Um grande clarão iluminou o pequeno cômodo do casebre e tive a nítida impressão de que lá fora, entre as árvores, pássaros que dormiam nessa noite silenciosa partiram assustados em revoada. Tudo ficou calmo em seguida, a chama do candeeiro voltou ao normal e o silêncio lá fora se estabeleceu. A porta, que estava semi-aberta, abriu-se lentamente com um vento que invadiu o ambiente suavemente. Fui lá fora verificar se havia algo de anormal. Não vi nada que pudesse me deixar intranquilo, além daquela cena impressionante com o candeeiro. Com uma lanterna na mão foquei a luz contra uma árvore, lá estavam alguns pássaros que dormiam tranquilamente, o vento era brando e até me refrescava o corpo que suou depois do susto. Fiquei alí um tempinho antes de entrar para dormir, a lua estava linda, algumas nuvens passavam cobrindo-a parcialmente como a cumprimentá-la.
Enfim algumas horas se passaram e eu sentado em um banco de madeira no pequeno alpendre, apenas namorava a lua, que já mudara de lugar, estava agora quase acima de minha cabeça. Esqueci até a cena da bola de fogo no candeeiro, até fiquei em dúvida se isso foi real mesmo, talvez tenha sido fruto da minha imaginação e um convite para ir olhar a noite de lua cheia e respirar ar puro. Foi exatamente o que fiz. Entrei em seguida depois de fechar bem a porta e soprei o fogo do candeeiro indo me deitar.