Transcendência

Raramente uma história começa pelo seu título, ou isso não é uma regra geral... não me lembro também de alguma começar com algo que tenha acontecido o tempo inteiro, afinal de contas, qual é a motivação para criar algo novo, senão tentar mesmo algo novo...

Se existem os seres sábios, as energias e os quaisquer uns... universos paralelos se chocando para ditar uma variedade tão grande de acontecimentos que fico me perguntando sério mesmo, será que é tudo uma criação sádica de um doido qualquer, ou é o que... vidas paralelas como parasitas celestiais... deuses não existem, a não ser pelo menos a tal da fé que dizem... existir... vai saber qual o tamanho da loucura para criar uma necessidade de alguém superior a quem se deve alguma devoção ou pior, uma dívida, de pecados sei lá de quem se inventou isso... dizem que veio da igreja, mas explica melhor, não é ela que diz que é para ser legal com as pessoas todas, ou fiquei maluco quando me falaram que existiam dez mandamentos a serem seguidos cada um mais nebuloso que o outro... e aquele que diz algo parecido do não faça ao outro o que não quer que façam contigo... nunca soube muito dessas coisas, no entanto se tem algo que me marcou e eu me pergunto por que tanta guerra... eram para ser tantas flores, olhei para aquele espiral de fotos e invadiram pigmentos vívidos girando em velocidades diferentes, formando criaturas aladas, indo e voltando dentro de nossas próprias mentes... cultura levada de forma leve, deveriamos ter mais disso... certo...

Para quantos sentimentos a criatividade explode de uma forma tão alucinada que nada no mundo vai querer fazer você parar... nada...

Um sonho... ter alguém que me venda... me gerencia... me deixe apenas desenhando e escrevendo... me deixe criando...

Aquele artista que ouvimos falar em outro conto estava de volta. Suava feito um porco sobre sua prancheta e não conseguia produzir uma linha sequer... O suor escorria pela testa, lambia o nariz até cair e ensopar o papel, que então enrugava todo o grande vazio branco à sua frente...

Seus olhos tremiam muito, parecia um tanto perturbado. Olhando para seu estúdio/apê daria para imaginar que a vida desse nosso amigo não estava das mais fáceis.

O quão incrível poderia ser o controle dos sentimentos... ou isso seria aterrador, pois eliminaria a prazerosa possibilidade de viver as "surpresas"... de qualquer forma escolhermos experiências que nos excitem à querer viver mais e mais, por que percebe-se que há um montão de coisas dentro de si que só indo para fora da zona de conforto, o famoso conforto, ou dá-se a cara a tapa, ou assumir as responsabilidades e encarar a maturidade (ou velhice como queiram)... Alguns chamam de esportes radicais, devido ao risco iminente de morte para àqueles que o praticam, seja qual for. O problema, se é que existe um, está na ideia absurda de se acreditar que não irá morrer, e isso por si só já é um pensamento que de forma complexa vem rodeando a mente desse que vos fala de um jeito um tanto cansada, pois já tenho perdido um tanto a paciência e isso só demonstra que algumas escolhas realmente não valem a pena perante outras que acreditamos serem boas, visto os valores distintos de cada ser humano... voltando ao ponto central de nosso bate-papo, por que achar que a eternidade é algo maravilhoso, que reencarnar é um processo evolutivo e morrer é algo tão ruim... não sei se são perguntas ou propulsores de querer mais do que está sendo oferecido pelos "programadores"... Bom, sendo isso um fato, e tentando fazer um julgamento parcial de toda essa ideia controversa, sabemos que "morrer" é um verbo absoluto para tudo aquilo que está "vivo", portanto, como acreditar que alguém pode querer abdicar disso, visto que tem tantas crenças alucinadas tentando nos explicar e deixando a gente mais confuso ainda... sobre o quão lindo é viver e fazer coisas boas para si e para os outros e como é entristecedor alguém do "bem" morrer... qualquer um... Na real deixou esse sentimento de lado assim que entendeu que vai acontecer consigo e pode ser em qualquer momento... independe de se estar "bem de saúde", física ou mental... ou ambos como sempre... é tão curto para ser ruim, tão rápido para ser desgostoso... uma vez só, iremos nos lembrar, e até isso já tentaram explicar em religiões e filosofias, mesmo elas sendo Cavaleiras da Virtude, ainda assim não explicam tudo de tudo e aquele nozinho, entalado na garganta, o mesmo que nos faz rir e nos faz chorar... se não há respostas, e nem um final feliz, por que o durante esse pequeno trajeto às predileções tendem a variar tanto deixando aquilo que pode ser somente bom....................

Parece que sentimentos enviesados são excelentes motivadores para a criatividade... não que isso seja algo entendível e nem de fácil... isso mesmo que leu... e lendo outros autores notamos também que esta pode não ser a constatação mais genial, mas é uma das mais controversas quando se trata de criar algo em que se acredita, com um sentimento reto de amor... pessoas são pessoas, ouço um monte delas pregarem cada absurdo, e no entanto, quando é uma pessoa com um pincel, um lápis ou uma câmera... sem vacilos, é um só e geralmente na primeira vez... a primeira nota, o primeiro rabisco, a primeira pincelada e o primeiro enquadramento... outros estão buscando o que querem e dão suas justificativas para seus fins ou meios, sei lá... pior aqueles que acreditan saber mais do outro, sobre o do outro, pelo outro... como se a definição de "o que é melhor" fosse mais um padrão... hmmm e... nenhuma definição, sem olhar dentro dos olhos, nem mesmo pensar que o outro "isso ou aquilo" do bem ou da necessidade alheia... uma larica infinita de ideias saem de dentro do estômago e tudo começa a ficar lento e rotativo...

Então seguimos naquelas brisas enlouquecidas de que tudo (e já temos que abrir um parêntese de cara por que nesse caso é necessário enfatizar, tudo, é TUDO mesmo...