AMANTE OBSESSIVO
Jairo olhava atentamente um grupo de rapazes que conversavam junto a uma cerca, por ali passavam os alunos que se dirigiam para a escola daquele vilarejo, rodeado de morros e matas, porém um lugar tranquilo e aconchegante, de um clima frio e agradável. Alguns deles também estudavam nessa escola e aproveitavam a carona, depois de um bom papo no começo da manhã. Nosso personagem era um sujeito de seus trinta e poucos anos, morava com a mãe já velhinha e vivia praticamente às suas custas, pois o que ganhava como ajudante em uma propriedade ali próximo mal dava para o seu sustento. Tinha uma certa obsessão por uma mulher que por ali sempre fazia caminho para trabalhar como camareira em uma pousada que ficava nas imediações. Já havia lhe proposto namoro mas teve um "não" como resposta. Insistia constantemente com Maria para namorá-la e morarem juntos na casa de sua velha mãe, mas ela sempre recusava. Nesse dia ela por ali passou e dessa vez não foi assediada por Jairo, que preferiu mudar de tática.
Existia um porão na casa de Jairo que só ele tinha acesso, nele eram guardadas tralhas e ferramentas que pertenceram ao seu falecido pai. O local era bastante empoeirado e possuía uma tranca que dificilmente alguém sairia dali caso fosse trancafiado. Jairo jurava que amava Maria e queria a todo custo que ela o amasse também, para isso arquitetou um plano para atraí-la para si. Quando de sua passagem para o trabalho ele disse para ela que a mãe passava mal e pediu-lhe para ajudá-la, no que foi atendido, não sabendo a mulher que cairia numa armadilha. Chegando ao local ele indicou a entrada do porão, entrou primeiramente e foi seguido por ela, que assustada perguntou pela idosa. Jairo sorriu e fechou a pesada porta de madeira por dentro indo depois ao seu encontro. Abraçou-a a força e tentou beijá-la, tendo Maria gritado, mas seus gritos não eram ouvidos, o local era bem fechado e lá fora dificilmente alguém ouviria. O amante obsessivo, possuidor de força brutal, amarrou-a em uma cama ali improvisada e tirou-lhe as vestes, iniciando então um ato sexual contra a vontade dela. Fez tudo que desejou com a mulher, estuprou-a mesmo ela tendo perdido os sentidos. Consumado o ato criminoso deixou-a ali amarrada sem possibilidades de fuga fechando o porão por fora.
Passaram-se alguns dias e Maria ali permaneceu cativa, servindo de objeto sexual para Jairo, que a violentava diariamente. Levava-lhe comida e água todos os dias, no início ela recusava, mas devido a fome e a sede acabava por se servir. Jairo tornou-se a única companhia de Maria, chegando a conversarem em determinados momentos como se nada tivesse acontecido.
No hotel Maria acabou sendo demitida por abandono de emprego e a família dela se resumia a uma velha tia que procurou-a sem sucesso e acabou imaginando que tivesse retornado para sua cidade de origem.
Maria não via a luz do dia há dois anos, ali reclusa se dedicava somente a ler alguns livros que Jairo levava, conversar com ele coisas banais e, quando ele permitia, limpar o local liberta das amarras, porém sob sua forte vigilância. Maria acostumou-se com essa inusitada situação, não tinha mais esperanças de liberdade, tinha Jairo como um companheiro, mesmo ele a deixando sozinha muitas vezes. Fazia amor com ele com a maior naturalidade, sempre teve vontade de um dia tentar fugir de alguma forma, nunca havia conhecido um homem que a possuisse com amor, via em Jairo, seu opressor, uma forma de dar ao seu corpo o que muitas vezes desejou na vida, ter um homem que fizesse sexo com ela da maneira como ela inúmeras vezes sonhou.
Após quatro anos de reclusão, já totalmente dominada por Jairo, ela pediu que ele a deixasse livre, pois já se acostumara com esse amor forçado e não tentaria fugir. Ele, já adoentado e tendo perdido a mãe nos últimos dias, resolveu atender seu pedido. Abriu a porta do porão e convidou-a a sair. Maria beijou-o e prometeu que voltaria depois de dar algumas voltas e sentir o calor da luz do sol.