Vida Privada

Em uma segunda-feira, o sujeito acordava, após uma noite em que havia consumido uma quantidade expressiva de latinhas de cerveja. Tateando as paredes, com os olhos semi-abertos, ia se equilibrando até chegar à privada. Sem a preocupação de trabalho aquele dia, estava bem à vontade. Como de costume, abriu seu zíper e se preparou para o jato potente de urina. Foi quando a mágica aconteceu. Parecia ter sido expelido junto com a urina, ao e ao perceber, estava se debatendo, tentando nadar em um rio. mas aquilo não era rio e nem possuía cheiro de nenhum lago maravilhoso. Ao olhar para o alto, após fortes braçadas depois do susto, para seu espanto, percebeu estar no fundo da privada. Encolhera de uma forma grosseira e foi lançado naquele turbilhão de mijo. Indignado, pensou: “Que porra é essa?”. Debatia-se feito um peixe, melhor dizendo um homem que nada, aliás, na posição que estava, poderia ser confundido com um cocô. Nadou até a borda, que era escorregadia e não deixava ele subir. Era lisa e arredonda, sem local de apoio.

Resolveu algo mais ousado. Mergulhou. Tinha um bom fôlego. Se viu diante do encanamento e foi se aprofundando. Cruzou com águas mais turvas. Desviava dos pedaços de merda e uns batiam de encontro a seu pequeno corpo, bem maiores, parecendo um tronco imenso. Usou um, como prancha, e foi remando até uma saída. Pensou que na rua estaria mais sujeito a algo mortal, já que animais pequenos, agora estariam monstruosos e prontos a lhe engolir sem muito esforço. ouviu um barulho estranho. Sabia que era alguém utilizando o banheiro. Nadou o máximo que pode, fazendo o trajeto de volta. Aquilo foi sua intuição, já que de onde estava não poderia ter ouvido. Morava em uma pensão, o banheiro era coletivo. Viu quando um dos seus vizinhos, um sujeito gordo e peludo, sentara no vaso. Sua bunda preencheu a ponto de não sobrar uma abertura. Ele gritava e não era escutado. De repente o estrondo de um trovão. Era o peido daquele cu, conseguia ver as pregas bem definidas e se abrindo. Quando veio a enxurrada de merda. Não sabia que poderia sair tanto de um único rabo. E o sujeito mijava e cagava ao mesmo tempo. O pinto espremido na borda do vaso dava esguichos. Era uma caganeira só, não havia como se proteger.

Logo veio a descarga. Foi levado com tudo aquilo até a saída. Conseguiu se agarrar em um pedaço de pedra para vaso sanitário que insistia em não derreter. “Maldito cagão!” — Expressou de forma indignada. Resolveu fazer o trajeto de volta e agora encontrara outro sujeito. Esse estava de pé, ou seja, ia mijar. Aponto o pênis e ficava mirando nele, como se fosse um alvo. Ele assinalava, mas o sujeito parecia bêbado e se divertia em ir empurrando ele com os jatos de urina. saiu sem dar descarga e lavar as mãos. Mergulhou para limpar aquela urina. entrou uma mulher. Se encostou na lateral e do vaso e ficou ali agarrado, enquanto ela dava descarga para fazer descer aquela urina alheia. Meticulosamente ia limpando as bordas do vaso com papel higiênico. Havia sido tragado pela força das águas e nadava de volta, por isso não fora visto pela mulher. Quando voltou, viu que estava sentada. Ela apenas urinava, com jatos potentes saindo de sua uretra. Com esforço, conseguiu escalar a borda do vaso. A mulher estava lendo e demorou sair da privada. Conseguiu pular no momento que a mulher se erguia e agarrou nos pelos pubianos de suas partes baixas. Escorregou e caiu no vaso novamente. A mulher deu descarga e foi embora.

Mais uma oportunidade surgia. Chegou um jumento para mijar que parecia um jumento. Conseguiu escalar e agarrar no pinto de jegue do cara. O sujeito dava umas dormidas enquanto cagava. Saía cada tolete que parecia não ter fim. Iam se enrolando no fundo da privada. O sujeito gemia e se contorcia. Mijara também cagando. Limpou o rabo de qualquer jeito e jogou uma maçaroca de papel na privada. Para dar descarga, quase entupiu o bagulho. Ficou preso no pinto do sujeito, que voltou para seu apartamento. Quando vinha coçar os pelos, ia para um lado e para o outro, para que não fosse esmagado por aquelas mãos de pedreiro. Estava muito escuro o quarto que o indivíduo entrou. Começou a se posicionar na cabeça do pinto do homem para pular dali e ir embora. Sentiu que estava em uma ponte levadiça, pois seu corpo foi suspenso. Estava preso na glande, se saísse urina daquele buraquinho, ia jogar ele na puta que pariu. O desespero foi maior, ao ver que o sujeito estava de pau duro e ele ia ser enfiado junto com aquele pinto de jumento na mulher, que estava arreganhada esperando pelo cavalo do marido.

Gritava e gesticulava. Os dois amantes ignorando. A mulher de re pente ficou de quatro. Disse que queria levar no rabo. Como pode aguentar aquilo tudo atrás? Foi chuchado com força, os membros quase se partiram. A sorte era que a mulher estava já arrombada. Sentiu-se no meio de fezes novamente, já havia até se acostumado com aquilo, o pênis vinha e dava cada cacetada que teve que se proteger nos intestinos. Mas sem se aprofundar. Pois seria dissolvido pelo suco gástrico. Recebeu uma jorrada de porra que o deixou mais grudado. A mulher reclamou de dores abdominais e foi ao banheiro. Foi cagado com vontade. Parecia uma avalanche e ele sendo lançado junto com toda aquela merda. Mais uma vez estava no fundo do vaso. A descarga não funcionou e ficou ali à deriva. Não sabia mais o que fazer, parecia que seu destino estava traçado. Vieram consertar a descarga e logo se deixou levar pela correnteza. O mundo que estava lá fora seria sua nova condição e o que tivesse de lhe acontecer, seria aceitável. Não queria mais viver uma vida de merda e saiu esgoto abaixo, indo enfrentar a nova realidade.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 13/01/2014
Código do texto: T4647789
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