Sinais do fim
Tarde demais autoridades e pessoas outras envolvidas atentaram para o fato de que a pressão liberada era demasiada. Nenhuma ação preventiva fora adotada.
Qualquer paliativo de contenção da vazão resultava inócuo.
O ambiente gelado, de baixas temperaturas intoleráveis, a profundidade colossal, o equipamento precário, a falta de coragem pessoal mesmo, tudo conjurava a favor da catástrofe em andamento.
A morte rondava apressada a vida de qualquer semovente.
Tudo seria extinto em horas, talvez em poucos dias nada restasse vivo numa geografia imensa, incalculável.
O pavor crescia na proporção geométrica da inépcia.
Quaisquer novidades eram ainda cada vez mais aterrorizantes.
Aquilo era o divisado por Bosch, Dante e João, junto.
Talvez pior.
A agonia, agora acelerada, de tudo.
O fim vindo a furo pela incompetência técnica.
A vida se acabando desastre após desastre na exploração de poços submarinos de petróleo, o combustível resultante da vida que há muito se acabara, o fóssil de uma era outra engolindo a que ainda é.