Descrença

Considero tão fria e desonesta a atitude de pessoas que decidem passar um tempo comigo, saber de mim e depois me dizem apenas um “Tchau, hein! O destino e o tempo se incumbirão de fazer com que você me esqueça.”

Doação! Sim essa é a palavra que preciso desaprender. Mas, como? Gosto de me doar nas amizades, nos relacionamentos amorosos e naquilo que faço voluntária ou involuntariamente. Caso desconheça o real significado desse verbo, não exite em pesquisar, porque doar-se vai muito além de dar aquilo que sobra, aos mais necessitados. A conotação de "doar as sobras" é sinônima de "caridade". Não fiz caridade contigo. Não lhe dei minhas sobras. Doei-me por amor ao semelhante. Doei-me com o coração puro e aberto, esperando que você reconhecesse minha atitude singela e franca.

Falta de talento tenho aos montes, pois não percebo a maldade velada naquele que tem, por característica, as atribuições citadas no início desse texto.

Outros interesses? Claro, todos mudamos de interesses, mas os que nos são valiosos não podem ser preteridos ou substituídos. Se forem substituídos é porque nunca significaram nada. Foi ilusão! Sim! Pura ilusão!

Quanta tolice! Por um bom tempo de dias pude crer que você seria uma pessoa sem data para sair do meu calendário, do meu futuro. Na verdade, você é quem me excluiu do seu calendário, e daquilo que eu poderia compartilhar contigo, na tentativa de auxiliá-la para suas escolhas futuras. Essa sua decisão foi singular e antes mesmo que eu pudesse explicar os motivos pelos quais eu nunca quis eliminá-la.

Pessoas adotadas passam por uma série de protocolos. Como eu poderia adotá-la? Como seguir protocolos? Nem mesmo eu sabia de tanto protocolo. Mas, os protocolos abstratos existem em nossos corações, em nossas mentes e foi isso que fiz contigo.

Nunca, efetivamente, nunca me envolvi com alguém na reciprocidade que foi nossa amizade. Porém, não houve amizade. Houve um equívoco. Um meteoro passou por ambas, marcou presença e decolou.

Foi tolice de minha parte acreditar no DIFERENTE. Bolas! Como somos diferentes se fazemos parte da mesma raça HUMANA, ou, para o momento, o certo seria DESUMANA.

O vazio de suas palavras anteriores detonou esse desabafo. A racionalidade contida naquelas linhas feriu meu âmago. Eu não tinha outra maneira de fazer-me compreendida, se não retribuísse minha indignação nessas frias linhas.

Porém, existe algo em mim que você nunca conheceu tampouco percebeu. Quando eu tomo decisões, não olho para trás.

THE GAME IS OVER, THE PAIN WILL COME BUT IT WILL BE GONE.

Silvana Goes
Enviado por Silvana Goes em 25/07/2011
Código do texto: T3117186
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