E...o vento levou
A brisa suave da tarde soprava balançando levemente os ramos dos jasmins onde aquela borboleta dos vôos desconcertantes pousara ao acaso, talvez atraída pelo perfume, talvez atraída pelo branco das flores.
_ Até que eu poderia ficar algum tempo aqui, parece tão acolhedor e este emaranhado de ramos protegem-me dos predadores, afinal, flores brancas lembram paz.
O sol se despedia todo orgulhoso em ceder lugar às estrelas que iam timidamente brilhando no céu, a noite chegara e com ela a lua.
_ Maravilha das maravilhas estas brancas flores tornarem-se rajadas de prata, como cintilam e se tornam ofuscantes!
Ora divagando, ora refletindo ela então adormecera. Nem o frio da madrugada lhe importunava.
As estrelas discretamente despediram-se e o alegre canto dos pássaros a acordara, e um calorzinho sentiu em suas faces... O sol beijava-lhe e a saudava com um alegre bom dia.
_ E não é que ainda existe poesia por aqui? Mas... É hora de arrumar as malas!
E novamente o sol se põs e a lua languidamente debruçara-se sobre os ramos dos jasmins, mas o sono não veio e ela sentiu as faces orvalhadas pelas lágrimas que insistiam a rolar de seus olhos ao relembrar o passado, talvez saudades, talvez decepções... Encontros desencontros.
_Terei eu deixado marcas ou mágoas? Não importa, reescrever a história é adquirir forças para ir além!
Flores murcharam, mas insistiam em não desgarrarem-se dos ramos, botões entreabriram... E ela a refletir...
_ Não devo ter causado tantos males assim, afinal meus vôos desconcertantes mesmo que por um segundo alguém deve ter achado graça e um sorriso enfeitou seu rosto.
A brisa suave não viera aquela tarde... Em seu lugar veio uma rajada de vento desprendendo as flores murchas atirando-as ao chão... Levando algumas consigo, deixando outras talvez para enfeitar a relva.
_ Engraçado entender o tempo, mas sempre nele o amor esteve, está, estará presente, teria eu brincado de amor? . Claro que não, eu verdadeiramente amei brincando!!!