Vazio (T250)
Quantas vidas ele havia tirado pelas guerras infindáveis que travara a frente de um exército poderosíssimo e sedento por sangue, eram homens treinados desde que nasceram, só viram na frente o comando de uma voz que sempre terminava no "atacar", e como máquinas sem emoção nehuma avançavam cortando suas vítimas pelo fio de suas espadas sempre bem afiadas, companheiras inseparáveis até na hora de dormir. Já não contava mais, só somava no silêncio de sua consciência as vítimas e os povos que já havia aniquilado e extinto.
Agora sentado naquele penhasco via o infinito do horizonte e se indagava para que tanto derramamento de sangue se o mundo é suficientemente grande para todos os povos, tão imenso que as vistas não exergam o seu final, era lastimável o que fazia, era lastimável lembrar o seu passado, e dizer que a guerra é uma obra Divina, um Deus dono e criador deste vasto universo jamais gostaria de ver seus filhos brigarem, não, em nenhuma guerra se deve levantar uma bandeira em nome de Deus, demorou para que ele enxergasse essa verdade, mas agora era tarde a morte já estava cravejada em seu peito, já não lhe doía mais aquele ato vil e sem sentido, ele sabia disso, tanto que estava refletindo, mas não sabia o porquê sentia tanto prazer em ver o sangue de suas vítimas.
__ Senhor, os homens estão prontos.
Que Deus pudesse lhe perdoar por seus atos, levantou e foi para mais uma conquista.
Alexandre Brussolo (05/05/2009)