Violência: não confundir caracteres
Não devemos confundir os caracteres, violência é violência. Se você resolve entrar no mundo do crime, faça isto de cabeça, não pela metade. Não se torna mais possível a piedade e clemência.
Se você não for capaz de se superar, fique em casa dormindo. Bem, eu perdi esta boa oportunidade há alguns anos atrás. Tudo estava errado comigo, peguei o carro de meu patrão para levá-lo para o lava rápido, no caminho resolvi bater um racha com um cara de uma Ferrari, resultado; perca total nos dois carros e atropelei uma velhinha, por ventura mãe de minha atual ex-namorada.
Tive que sair correndo de São Paulo e vim parar aqui no rio, a cidade maravilhosa. Descobri que não era tão maravilhosa assim...
Oportunidade perfeita para eu liberar o gênio que habitava em mim... Em pouco tempo me tornei um matador de aluguel, por que não? Quem disse que a vida não tem preço, eu também achava que não tinha, em pouco tempo mudei de opinião, eu não sou mau por natureza, minha natureza é pacifica, mas quem consegue ser pacifico vivendo sem emoção? Precisava de perigo, adrenalina, viver na ilegalidade me deu todo este prazer que nunca tive como chofer de bacana.
Isto não é uma biografia, é apenas um comentário meu por mim mesmo:
Vários playbois estão numa ilha em Angra dos Reis, fumando um barato e agarrando algumas prostitutas. Estes ricos poderiam estar lá fazendo o que quiserem, por que não ajudar as milhares de famílias sem teto espalhadas pelo Brasil? Preferem ficar fumando dentro de suas mansões.
Porém eles não pagaram ao fornecedor de drogas... algo inaceitável, pelo menos para quem me contratou. Entrei sorrateiramente, perguntaram quem eu era, nem respondi, não há necessidade de conversar com mortos. Minha pistola fez todo o trabalho sozinha. Quando a policia chegou, pareceu mídia e tudo mais, se fosse um ribeirinho na Amazônia ninguém teria notado, se fosse eu? Nem saberiam. Acontece que eram ricos. Por que as pessoas só se preocupam com a violência quando algum rico é assassinado? Não sei. Tenho raiva de quem sabe.
Se acaso me mandassem matar meu pai, eu o faria. Prefiro que ele morra pelas minhas mãos do que pelas mãos de outro covarde. Eu sou apenas um covarde, mas um covarde que fica aos poucos muito rico e quem sabe até lembram de mim se eu morrer?
Ligo a TV e o que vejo? Nada. Não vejo televisão... Faço minhas próprias manchetes nas paginas policiais. E se eu morrer? Que nada, pior que eu não nasce mesmo, igual, talvez.
E quero ver que policial me prende.
Assinado: pessoa anônima