Metamorfose - Do Crime ao Heroísmo - Cap. IV
4 Um novo começo
Nos pensamentos de Maicom vinham algumas vezes, a lembrança dos colegas de cela, Gato e Galego, da promessa que havia feito de não esquecer deles e também do dever moral de tentar fazer eles mudar de vida, mas no momento não podia ajudar nem a si mesmo, por isso tudo que fez foi orar convidando Deus para entrar em sua vida e mudá-la.
Nisto, tendo o final de semana passado e amanhecido o dia, Maicom preparou-se, vestiu uma roupa jeans meio surrada e partiu para a casa de seu cunhado Vitor. Em frente a casa, Maicom ficou olhando, olhou também para o relógio, eram seis e quarenta da manhã.
– Vitor! Vitor! - gritou Maicom
– Quem é ? - perguntou Vitor
– Sou eu, Maicom. Vim para a empreitada.
– Já vou, espere um pouco.
A fechadura da porta começou a girar fazendo um barulho. Vitor apareceu indo ao encontro de Maicom. Próximos, Vitor apertou a mão de Maicom.
– Bom dia! - disse Vitor
– Bom dia! – a mão de Maicom se soltava da de Vitor
– Vamos para obra, o trabalho nos espera.
Em direção a garagem, Vitor olhou para trás e fez um sinal de espera para Maicom. Quando chegou nos veículos, Vitor puxou o chaveiro andando para o lado da moto. Em frente a ela, colocou a chave na ignição ligando-a e foi em direção de Maicom.
Vitor fechou o portão da casa, pegou Maicom e seguiu para a obra.
– Vamos todos os dias de moto para a obra, certo ? - Vitor estava sem capacete
– Certo, mas nos arrume dois capacetes. - Maicom estava com medo de acontecer algum acidente
– Putz, esqueci, mas amanhã eu arrumo. - Vitor encontra-se surpreso
– Os dois passaram numa padaria que ficava no caminho, compraram pão e duas caixas de suco.
Perto da obra, os dois viram mais dois que também estavam para trabalhar. Quando parou do lado deles, Vitor buzinou.
– Estão prontos para começar a empreitada ? - a animação tomava conta de Vitor
Todos acenaram positivamente e memearam a cabeça.
Logo depois, Maicom desceu da moto, Vitor foi procurar um local para guardá-la, acabou deixando em frente a obra no meio fio.
Descido da moto, Vitor seguiu em direção a equipe. Os membros o cumprimentaram. Maicom segurava os pães e as caixas de sucos. Felizmente os outros dois, um pedreiro e um ajudante, trouxeram copos.
Todos da equipe sentaram no meio fio, Vitor pegou a sacola de pães na mão de Maicom e começou a distribuição, dava exatamente dois pães para cada. A outra tarefa do café da manhã era dividir o suco, e foi isto que Vitor fez. Com os pães e o copo de suco em mãos, a equipe começou a tomar o café.
A refeição não demorou nem uns vinte minutos, e assim estavam prontos para a obra.
– André – este era o nome do outro ajudante de pedreiro – pegue o carrinho de mão, coloque o barro e faça a massa para o alicerce. - Vitor tinha um ar de líder respeitado
Levantando-se, André pegou o carrinho de mão, a pá e fez o que ordenava o líder. Colocou umas vinte pares de barro no carrinho. Em seguida, levou-o para o lugar onde faria a massa para o alicerce.
Aquele colocou o barro, o cimento e a cal começando a misturá-los.
Após alguns minutos, cerca de dez, precisamente, André estava com a massa pronta. Vitor viu e o cumprimentou positivamente.
– Maicom, ajude o André a colocar as pedras do alicerce. – falava enquanto testava a massa, Vitor
– Sim é para já! - Maicom tinha uma boa recepção estando quase que imediatamente colocando as pedras no alicerce
Junto com Maicom se encontrava André o qual aparentava ter mais disposição. Contudo, não era tanta a ponto de chamar a atenção.
Vitor e Nal, este era o nome do pedreiro, concluíram em uma hora o termino do alicerce. Vitor não deu o dia por encerado porque tinha que descarregar os blocos, os sacos de cal e cimento.
Esperaram por meia hora, mesmo Vitor ligando para adiantá-los.
– Pronto pessoal, os blocos chegaram, vamos descarregá-los. - Vitor observava para melhorar onde tivesse que melhorar
A equipe que estava sentada, levantou-se para carregar os blocos. Vitor parecia muito intimo do motorista do caminhão. Cumprimentava-o e ria falando brincadeiras.
– Vou no mercado tomar café e já volto. - informou o motorista
– Certo, acho que vamos levar umas três horas para descarregar. – a cada passo Vitor analisava minuciosamente
O motorista do caminhão acenou para Vitor, para a equipe e partiu para tomar café no mercado.
Tendo liberado o caminhão, a equipe, inclusive com Vitor, começaram a pegar os blocos. Dois subiram para dar, ficando dois no chão para receber.
Assim ficaram até da meio-dia.
– Bem pessoal, vamos só esperar o motorista do caminhão para dar o dia por encerrado. - tudo parecia está dando certo no planejamento de Vitor
Após dez minutos de descarregado, o motorista do caminhão apareceu, falou com Vitor, acenou para a equipe, entrou no caminhão e foi embora.