Metamorfose - Do Crime ao Heroísmo - Cap. III

3 Procura de uma renda

No outro dia estavam, a mãe e o advogado, o esperando do em frente ao portão. A mãe de Maicom, dona Nena, queria muito abraçá-lo, pois tinha muita apreensão e vivia angustiada. Sonhara várias vezes com o filho e acordava preocupada. Quando viu o filho saindo pelo portão, logo esboçou um sorriso. Maicom não aguentou de emoção e correu para dar-lhe um abraço, queria demonstrar toda a alegria. O advogado José, abrindo a porta traseira do carro bateu no ombro de Maicom.

Dentro do carro, os três deram até algumas gargalhadas. Era algo sobre a esposa e o filho adolescente de Maicom.

– Aquele meu neto Fábio. É mesmo uma comédia. Onde se viu ter uma namorada online. - com o semblante alegre comentava dona Nena

– É. Os tempos são outros; agora a internet domina o mundo. - opinou o advogado José

– Desculpe doutor José, mas namoro só no sofá de casa, por isso não entendo como a Dulci pode compactuar com isso.

Os três ficaram em silêncio dentro do carro. Parecia que não queriam prolongar o assunto. Na cidade do interior o caminho da casa de custodia para a casa de Maicom era muito curto, de uns quinze minutos. Então logo chegaram ao destino. O advogado José desceu, Maicom e dona Nena também.

– Posso ver o documento de sua liberdade. - pediu gentilmente o advogado

– Claro doutor – Maicom colocou a mão no bolso e o tirou dobrado – Aqui está!

O advogado conferiu, olhou seriamente para Maicom e fez uma cara de felicidade.

– Está tudo bem, você vai responder em liberdade até sair a sentença. Como disse não há jeito de não ficar um ano preso. A quantidade de drogas pegas com você foi muita. - informou o advogado José

– Já aceitei esta situação, estou me adaptando para quando sair a sentença. - declarou comodamente Maicom

– Já estou indo, qualquer coisa, ligue-me. - ofertou o advogado

Com a chave na ignição e outra mão na marcha, o advogado deu a partida, buzinou e saiu. Maicom e sua mãe, dona Nena, entraram na casa. Dulci e seu filho Fábio o esperavam. Quando Fábio abriu a porta deu um sorriso enorme.

– Pai, o senhor foi solto. - Fábio olhou para dentro da casa, na sala e gritou – Mãe, o pai foi solto! Venha ver.

Dulci se levantou do sofá, onde estava assistindo televisão indo receber o esposo o qual não continha a alegria, também dando um sorriso enorme para o filho. Quando Dulci apareceu na porta, Maicom estava abraçando seu filho Fábio. Assim que Dulci se aproximou, formou-se quarteto do abraço.

– Já é quase hora do almoço, o que tem de pronto, estou com muita fome. - Maicom falou com cara de quem muito apreciava aquele momento

– Tem macarrão, carne de boi frita, feijão e salada. - apresentou Dulci – entrem você e sua mãe, vamos almoçar.

Todos os quatros seguiram até a cozinha. Passando pela televisão, Dulci pegou o controle na mesa de centro e a desligou. Na cozinha as panelas estavam no fogão, Dulci colocou-as na mesa, onde depois colocou também os pratos, copos e talheres: colher, serra e garfo. Os quatro sentaram-se a mesa.

– Fechem os olhos, é hora de orar. - pediu delicadamente Dulci – vamos a oração, eu que farei hoje. Então vamos. “senhor, te agradeço por ter junto comigo toda minha família, em especial meu marido. Também agradeço por não nos deixar falta nada. Amém!”

– Amém! - disseram os outros três

Começaram os quatros a servirem-se. Colocavam o macarrão, o feijão, a carne e a salada. Já com os pratos prontos, começaram a comer. Mastigavam com educação a carne, mas sem cerimônia o macarrão, este ? Este eles devoravam.

– Posso dizer uma coisa ? - perguntou Maicom

– Claro querido. O que seria ? - indagou com cara de amparo, Dulci

– Preciso falar com meu cunhado sobre trabalhar com ele de ajudante de pedreiro. Não vejo muita opção. Tomara ele me ajude. – a convivência de Maicom com o cunhado era muito harmoniosa

– Eu ligarei para ele daqui a pouco, quando terminarmos o almoço. - se prontificou Dulci

Terminado o almoço, todos colocaram seus pratos sujos, na pia da cozinha. Era Fábio quem ia lavar, por isso, ele foi logo que o ultimo prato sujo havia sido colocado na pia, lavá-los.

Tendo o celular em mãos, Dulci ligou para o irmão Vitor. Sabia que o esposo precisava muito deste bico, assim, discou imediatamente terminado o almoço. Precisava arrumar a vida de Maicom dessa forma não exitou.

– Irmão! - disse Dulci

– Oi irmã! O que procede ? - respondeu Vitor

– Preciso de um bico de ajudante de pedreiro para o Maicom. - Dulci parecia apreensiva

– Tenho uma empreitada de duas semanas, vou colocá-lo na equipe.

– Agradeço muito irmão. Tchau.

– Tchau. - se despediu Vitor

Desligando o celular, Dulci fez uma cara de suspense para Maicom.

– Meu irmão falou que está tudo certo, que tem uma empreitada de duas semanas e vai colocar seu nome. - Dulci não conseguia conter a alegria em contar para o esposo

– Agradeço muito. Se não fosse ele, não saberia o que fazer.

– Mas está tudo certo. Acho que você começa na segunda da semana que entra. - Dulci falava com propriedade

– Lhe agradeço muito querida. - humildemente dizia Maicom

– Eu tenho um boleto para pagar, você pagaria para mim. Trata-se de um curso a distância de manutenção e montagem de computador que nosso filho está fazendo. - explicou Dulci

– Sim, me dê o dinheiro e o boleto. Depois vou vê que cursos tem, quero fazer um. - declarou Maicom

– Espere que já vou buscar. – Dulci saiu da sala indo para onde se encontrava o boleto e o dinheiro

Ao sair da cozinha, Dulci sentiu que aquela situação era possível de ser superada, então deu um profundo suspiro. No quarto, abriu uma das gavetas do armário que não tinha nenhum arranhadura e a tinta ainda brilhava, pegando o boleto e o dinheiro.

Esperando na sala estava Maicom. Dulci entrou e lhe deu o boleto e o dinheiro.

– Aqui está querido. Acho que os locais de pagamentos já estão todos abertos.

– Sim querida, já vou.

José Nilton R da S Palma
Enviado por José Nilton R da S Palma em 26/05/2021
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