A Última Bala Na Cabeça
O estampido zuniu na madrugada. O silêncio fora quebrado. Sonhos interrompidos ao meio. Até os amantes não terminaram de se amarem. A certeza entre todos os entristeciam além de aterrorizá-los. Ao amanhecer mais um corpo; estirado no chão sem vida. Sem explicações era o quinto em menos de um mês. As autoridades, como: cães caídos de mudanças estavam perdidos.
O assassino não seguia um mesmo padrão. Eram vitimas escolhidas aleatórias, o perfil delas não lhe interessava. Apenas a forma de matá-las, um tiro no meio da testa. Uma moça loira corpo exuberante. Foi à primeira vitima. O homem aparentando quarenta anos e negro o segundo. Uma senhora sem muitos atrativos era a terceira da serie.
O quarto um pároco com seus cabelos grisalhos. Com duas entradas com uma perfuração de um projétil. Agora o quinto. O vereador Mario Quintana. Naquela noite dispensou os seguranças. Dirigiu seu veiculo pelas mediações dos guetos. Entra num prostíbulo.
Sem perceber já está encolhido pelo homicida. Toma o conteúdo de uma garrafa. O álcool lhe sobe mais que o normal. Acostumado a beber e dirigir. Não consegue nem se levantar. E o matador aproxima. Em poucas palavras o convence de levá-lo para casa. Nesse ínterim já lhe rouba a carteira. Roda pela cidade. Em busca de um beco escuro e tenebroso.
E mata o vereador com o mesmo, requinte, de crueldade. Um balaço nos córneos. Como todos os outros copos: nenhuma pista. Os policias não sabiam que rumo tomarem até aquela manhã. Uma ligação anônima indica um endereço onde se ouviu em dia ensolarado um pipoco semelhante aos das madrugadas.
Alvoroçados a diligencia segue apitando, cortando os semáforos. E num banheiro público eles encontram mais um corpo. Com um tiro na testa. Um revolver calibre trinta e oito descarregado. Um jovem aparentemente dementado e uma carta-lista na mão.
A primeira bala foi para linda. Por ter-me esnobado com sua beleza e fortuna. A segunda, para o maldito do meu padrasto que me espancou até o dia em que fugi de casa. Minha mãe morreu com o terceiro besouro sem asas, por ser conivente com a crueldade do meu padrasto, preferindo a ele invés de mim. O pároco eu matei por ter me molestado, quando na infância lhe pedi guarida.
Ah o vereador Mario Quintana; este eu tive gosto. Pois aproveitou de minha mãe na sua juventude. Ele a engravidou logo em seguida abandonado-a. e o resultado disso: sou eu! Assassino. Suicida com a última bala na cabeça...