O Quinto Homem - 10 parte
No outro dia suas olheiras demonstravam o sono perdido.
Perto do meio-dia, Chapecó, o operador, foi para o local onde Carla estava sentada.
Gostava dela. E estava triste por ela estar triste. Queria saber se poderia lhe ajudar.
No começo ela ficou relutante depois abriu o verbo.
Dias depois, ao pegar um acolchoado no armário do guarda-roupa, uma caixinha das de Ângelo, rolou para o chão.
Ele deveria ter esquecido.
Ao cair, a caixinha abriu-se e Carla espantada viu uma caixa de cartuchos calibre 22.0, nova, sair pela abertura.
Pegou a caixa.
Virou-a sobre a cama.
Cartuchos, pentes, um pacotinho com ervas, um calibrador, seringas e outras coisas que depois descobriu serem instrumentos de medida e precisão para recarga de armas.
Intrigada correu atrás de velhos jornais, no deposito de revistas velhas que tinha no quartinho de despensa. Tentou lembrar as datas das visitas de Ângelo. Era muito difícil lembrar-se de todas elas.
Não sabia precisar com certeza, mas recordava que algo de importante tinha ocorrido no período entre as três últimas visitas. Também não lembrava o quê, nem quando foram estas visitas.
Então achou um jornal velho. Lá estava ele.
A sua foto logo atrás daquele homem de terno escuro.
Mas começou a colocar Ângelo no meio de tudo. Então se tocou.
Ficou com medo. Muito medo.
Afinal ele podia ser um matador.
Um assassino!!!
Tinha medo de procurar a polícia. não sabia o que falar, poderiam ligá-la aos crimes de Ângelo. E depois, não tinha prova alguma, poderiam achá-la uma maluca qualquer.
Deixou o tempo passar.
Ângelo nunca mais voltou a Itá .
Carla voltara a sua rotina.
O esquecera.
Até que um mês atrás viu sua foto no jornal outra vez.
Era uma foto de um candidato ao governo do Estado, e atrás deste candidato ela vira o rosto de Ângelo.