Lyxia Casa (ou) Trilogia em Um Futuro Não Acontecido

Prólogo

Tenho que adotar um prólogo para o que traduzi de minhas memórias das três últimas encarnações ainda não ocorridas. Traduzi pelo simples dilema de que o futuro que vou descrever foi tão ostensivamente diferenciado que seria impossível fazer-me entender por nossa atualidade já comprovadamente obsoleta. Vão-se, calculadamente, uns sete ou oito séculos ultrapassados, onde tudo que será popular já não tem mais significado algum. Pois, o que se viverá já se tornou uma história com outras significações que em nosso futuro passado a linguagem já estaria incompreensível. Vamos à nossa trilogia dos tempos vindouros, ainda não ocorridos.

1. Vivência: Consecução

Hoje voltei da cama com convicção de que estava fora do contexto induchinês vulgarizado. Minha trineta conseguiu seu primeiro orgasmo com a dificuldade daqueles tempos pré-históricos, ainda do decadente império anglo-americano, quando se fazia amor com a animalidade ancestral e a discriminação político-religiosa predominante. Olhe que fui muito atendo à sua inexperiência pré-adolescente como regem as instruções adotadas ao evento, as quais sou muito fielmente seguidor. Lyxia tinha autorização etária de dormir comigo e se preparado convenientemente para nossa lua-de-mel e chegou bastante provocativa, ao despontar de seus mamilos ultra-sensíveis. Nossas energias estavam se identificando há já vários dias. “Trivô, hoje é nossa noite e me preparei para ela com todo o desejo que temos. Vamos?” Fomos. Não nego que ela só conseguiu realizasse quando eu quase já não tinha mais esperma disponível. E olhe lá que não é recomendável gravidez prevista nestes casos. “Trivô, foi maravilhoso! Nunca pensei ser tão bom quanto demorado”. Demorado? – pensei. “Não adianta espantar-se, eu queria assim mesmo: devagarinho...” – ela respondeu sem o saber.

2. Convivência: Participação

Fazer um dia harmonioso é uma mágica salutar e necessária para conviver um dia-a-dia social na fábrica. Há os costumeiros silêncios e os eventos imprevistos do agrupamento. Eu há vários dias estou sendo cercado por duas mulheres, uma ecológa brasintina de minha geração, cujo marido partiu após uma dose cavalar de amendoim etílico, então carente,e uma tecnóloga núbiavietnama, grávida supostamente de minhas reservas dativas para sua esterilidade congênita, mas num de seus períodos pré-menstruais. Ambas têm preferências por seus históricos sentimentais comigo. “Vamos compartilhar tua nova lua-de-mel?” – atirou-me a ecóloga com os olhos em fogo. ‘Lembro que a Lyxia também virá.’ “Com certeza. Ela tem muito que aprender conosco” – rebateu a barriguda. ‘Evidente que seremos todos harmônicos. Onde seria?’ “Que tal Matchu Ptchu?”. “Prefiro a Pousada do Conde, em Paranós”. ‘Não negas tua origem oligárquica brasintina” – respondi satisfeito. Fomos teleportados ao entardecer. Lyxia estava exuberante em sua harmonia juvenil e as outras ansiosas por conhecê-la. “Como é: vais contar como foi?”. “Claro; eu soube que foi tão bom quanto o início de vocês, com meu marido”. “Ele sabe o quê quer e como se faz”. “Também, com um rato de quase duzentos anos, não é pra menos.” Escutei calado. O quê iria responder?

3. Desixtência

Na madrugada seguinte, solo, olhando o raiar do dia na enseada de Paranós, percebi a beleza do surgir do Sol tropical, lembrei-me de uma encarnação, naquela mesma pousada, quando a cidade chamava-se Parati e as estórias que se contava eram de piratas e boêmios nas noites frias, durante os primeiros FLIPs da pré-história brasintina, ao redor da fogueira. A ecóloga era um poeta bi-sexual e a Lyxia era meu amante fervoroso que eu traia com o traficante-cafetão avantajado, que me fornecia droga e me torturava em seu sado-masoquismo, hoje é a núbiavietnama que tem na barriga um filho que a fará pagar seu karma. As três jovens, de idades distintas, tinham o mesmo padrão anatômico e pareciam irmãs em suas diversidades, chegaram-me pelas costas, felizes em suas nudez [Leitora/or: nudez tem plural?] para um desjejum transcendental quando tive que me esbaldar para satisfazê-las.

Na volta para o teletransporte de retorno fomos agredidos por grupos dissidentes que pretendiam a destruição do Império InduChinês de democracia escravagista e corrupta, como nos antigos impérios romano, inglês e americano da pré-história, antiga e recente, que constatei em minha pesquisas. Neste assalto fomos atingidos por laser e eu, antes de morrer, fiz esta gravação e já enviei para os Arquivos Arkashicos, que qualquer pessoa poderá recuperar no tempo e no espaço de suas vidas pregressas.

P.S. Este conto participarar da 2ª. edição de “Trilogias do Amor Feiticeiro” YvanioKunha

[06:13’ de 28.02.2008 – Calmas/AL]

YvanioDaKunha
Enviado por YvanioDaKunha em 01/03/2008
Reeditado em 01/03/2008
Código do texto: T882886
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