CRUELDADE E FANATISMO

Ku, Klux,Klan (U.S.A.)

Cristina apreciava passear no bosque nos fundos da propriedade onde seu pai trabalhava como semi escravo. 
Fazia isso por muito tempo quando sua mãe ainda vivia, o pai a havia abandonado há muito...
O ar fresco, as árvores de verdes variadas cores lhe encantavam. 
Muitas lembranças vinham-lhe à mente, tempos bons aqueles. 
Não compreendia porque a mãe fora assassinada de modo brutal. 
O corpo dilacerado, estuprado,com retaliações profundas e queimaduras profundas.
Fora jogado no lago, conforme investigadores policias há cerca de 
vários dias. 
Ela não morava com o pai Francisco na fazenda da família, visitava-o por obrigação, compaixão talvez... 
Ela fora chamada no IML para reconhecer o corpo de sua mãe Rejane! 
O momento mais difícil de sua vida, chorou muito, o ódio e o sentimento de vingança se apoderaram de seu ser. 
Quem poderia ser o monstro de tal atrocidade? 
Resolveu ficar na fazenda do pai, talvez descobrisse algo, ou a paz retornasse ao seu agitado coração. 
Dias após a fatalidade, passeando pela relva que circundava o lado deparou-se com uma corrente dourada, um pingente que de imediato reconheceu: era de sua mãe! 
Munida de um plástico embrulhou-a cuidadosamente e encaminhou à investigação policial. 
O resultado foi óbvio: haviam sinais de digitais de seu pai na jóia.

- Então, indagou um tanto esperançosa...

- Não é possível uma acusação formal informou-lhe o delegado do caso: eles eram casados, mesmo que passados anos as digitais do marido permaneceram na jóia, 
Não temos um caso, ainda! 
Cristina não desanimou, suas investigações continuaram. 
O principal suspeito: o pai Francisco (ele jamais demonstrara qualquer carinho com a família) 
Algum tempo se passou. 
Certa noite Francisco recebeu a visita de alguns vizinhos. 
Eram antigos moradores da pequena e bela vila de florestas exuberantes. 
Cristina não os conhecia, eram pessoas estranhas, roupas e capuzes esquisitos e falavam numa linguagem de ódio e vingança. 
Cristina refugiou-se num canto da sala onde houve a reunião informal. 
Então ouviu em alto e bom som:

-Sua esposa foi sentenciada porque não cumpria os preceitos de nossas crenças.- Estamos hoje aqui para julgarmos outros pretos malditos. 
A lista continha uma série de homens e mulheres que a maldita seita da Klu, Klux, Klan sentenciara a morte. 
Num grito de terror Cristina desfaleceu ... 
Foi sua entrega fatal...
Localizaram-ne...mataram-na sem piedade!

 

Maurélio Machado

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