medo

Ofereceram, o homem tomou. Nem sabia o que era, apenas aceitou e fez como lhe disseram.

Logo, o pior se fez realidade. A magia química da pastilha fez efeito e o chão começou a derreter. Não conseguia firmar os pés, tão pouco caminhar, correr, fugir.

Estava estático, afundando, tornava-se parte do chão infértil, inerte. Desesperava-se.

Figuras negras brotavam do nada vindo em sua direção, paralisavam-no. Tentava gritar mas nenhum som saía de seus lábios. Ninguém o ajudava. Todos se mantinham entretidos com a música, as luzes e as bebidas. Nada faziam para salvá-lo, nem mesmo o olhavam.

O teto parecia descer, numa tentativa súbita de esmagá-lo contra o chão enlameante.

O coração palpitava lento e forte, fazendo do homem seu refém. A respiração tornava-se fraca e aos poucos o homem começava a ceder.

As criaturas machucavam-no, o faziam sangrar. Aterrorizado, sentia os olhos e a boca secarem, agonia mórbida.

Bárbara Guerra
Enviado por Bárbara Guerra em 19/06/2015
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