Arde demais
E Tininha balançava, e balançava a mana Constância, de seus quatro aninhos. Era uma tarde, quando só, sem alarde, o sol mais arde. Queria botar a maninha para dormir, ela que andava fraquinha das pernas.
Com o pai capinando roças e consertando montarias longe de casa, a mãe cuidando dos afazeres domésticos e as irmanzinhas Zabel, Rita e Conceição, ajudando no que podia, balangar a rede era o que a Tininha cabia.
Cantou alguma cantiga de ninar, e outra mais, gosta de se lembrar, e como era doce, doce, aquele embalar. E quem sabe, um pouco mais adiante, um sorvo de jacuba tomar...E continou, Tininha, cantando Calai, meu menino, calai meu senhor, que a faca que corta, dá talho sem dor..Batata roxa, amarga que nem timbó...
Até que chegou Mãe na coberta...e direto foi à rede, hora incerta. Botou a mão na testa da filhinha e constatou para a atônita Tininha:
está morta, minha filhinha.