Não era pouca bosta...
Andrade, com esse nomem, e com os irmãos mais velhos que o esnobavam, uniu-se a nós pra brincar no quintal. Mais ao mano Beu, do que a eu, mim, ou moi, pois eram de mais próxima idade e identidade.
Boa índole, o menino Andrade, combinava em tudo, ou quase, com o Beu e não admirava que passassem horas a fazer suas leves traquinagens ou só a conversar sob a fronde, ou nas grimpas das árvores.
Adair e Milton, seus irmãos mais velhos pouca bola davam para aquele moreninho, cabelo aneladinho, rosto redondinho e não mais que chato irmãozinho. E tampouco pranosotros, os outros.
Até que um dia. Um dia, em plena luz meridiana Andrade, na maior espontaneidade, lá no fundo do nosso quintal, as calças curtas arriou e obrou. Obrou uma obra de dar inveja a uma gibóia cobra - ainda com sobra.
Beu, tão perplexo quanto eu, o riso escondeu, mas depois que Andrade se foi, aí foi que rolou, e comigo dividiu o tanto que riu. Como podia um menino daquele tamaninho...
Com pouco tempo mudou-se Andrade com sua família, mas a lembrança de sua peça fecal por muito tempo nos fertilizou a imaginação. E o quintal, ora esta, quase virou floresta.