Cerrou olhos ao que lhe molhava a face, toda vez que os abria.
Vedou ouvidos, implorando aos chumaços de algodão que fossem sentinelas às falas além dos decibéis permitidos ao que se deve ter notícias.
Mordeu a língua ansiosa por beijos e engoliu o seco de algum desejo impossível.
Não... não poderia (mais) suportar a ignomínia de tanta traição.
Não se despediu.
Não olhou para trás.
Enxugou o rosto e alinhou os óculos escuros.

Partiu sem deixar recados, e nunca alguém soube dizer em qual direção.

(Recados? Para o quê servem os recados, quando é finda uma ilusão?)

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ZZZ
Enviado por ZZZ em 10/02/2010
Reeditado em 17/04/2010
Código do texto: T2079283
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