A mancha
Muito além da realidade física, muito além de nossos sonhos e de nossa imaginação existem mundos, lugares ermos, sombrios onde nossos piores pesadelos se tornam reais e as vezes um portal se abre entre o nosso mundo e esses lugares de medo.
Desde o primeiro dia que Lucas chegou na nova casa, ele observou em seu quarto aquela curiosa mancha na parede, tinham um formato peculiar lembrava um coração, tinha o tamanho de uma mão aberta e uma tonalidade marrom? ou seria verde escura? ou mesmo preta? dependia do horário que você observava, conforme a luz se irradiava sobre ele e criava aquelas tonalidades. Aquilo o intrigou quando ele chegava da escola sempre via aquela mancha se destacando na parede branca de seu novo quarto. A cama de Lucas ficava a esquerda da parede onde se encontrava a mancha, nos primeiros dias ele pensava em por algo na frente da curiosa mancha, um quadro, um pôster, algo que encobrisse aquilo, que de uma certa forma causava um desconforto no garoto. Mais sempre que ele pensava em pendurar algo na frente da mancha, alguma coisa fazia ele mudar de ideia.
Até que um dia ele chegou tarde da escola, tinham sido um dia bem movimentado aula de educação física, se cansou bastante.
Assim que subiu as escadas após tomar um banho, sentiu algo estranho uma sensação desagradável, opressiva, quando ele abriu a porta do quarto, ele teve uma surpresa, a primeira coisa que ele viu foi a tal mancha só que ela estava diferente. Escorria um liquido vermelho escuro semelhante a sangue, e exalava um profundo cheiro de carne pobre, e para piorar havia um nuvem de moscas voando ao redor que faziam um barulho infernal, ele não podia acreditar no que via, tomou um grande susto e instintivamente fechou a porta, quando tornou a abrir aquelas coisas estranhas tinham sumido o quarto estava normal, ele ficou confuso – o que foi isso que eu vi? uma alucinação? – Lucas chegou bem perto da mancha tocou com a mão, não havia nada de errado estava tudo normal, mais depois daquilo ele resolveu colocar um quadro na frente da mancha, era uma paisagem com um barco em um mar revolto numa batalha mortal para não ser afundado. Mais tarde quando o garoto se deitou logo adormeceu, então de repente ele acorda com um barulho de água escorrendo liga a luz e vê o quadro todo molhado com água que escorria dele e tinham um cheiro de água do mar, - o que é isso? de onde vem essa água? –exclamou ele surpreso, ele se aproxima toca naquela água que escorria com o dedo coloca na boca era salgada como a água marinha, o garoto tira o quadro ele vê água que jorrava da mancha, havia pequenos orifícios de onde escorria o líquido, ele pensou – deve ser algum cano perfurado, essa casa e velha deve ser isso - ele sai do quarto e vai até a o dormitório materno, bate na porta a mulher abre com um jeito sonolento – sim filho o que houve ?– mãe está vazando água da parede – água! como assim? – não sei explicar vem comigo – a mulher foi com o filho quando eles abriram a porta estava tudo normal não havia sinal de vazamento de água, - filho você me acordou de madrugada para me fazer de boba – não mãe eu juro estava tudo encharcado jorrava água da parede – hora deixe de conversa menino não está vendo que não tem nada aqui você deve ter tido um sonho e imaginou que havia água no quarto a nossa mente nos prega peças principalmente á noite – não mãe eu sei o que vi e não é a primeira vez que vejo coisas estranhas nessa mancha – o que você está dizendo? hora Lucas pare de besteira e vá dormir – a mãe não acreditou em Lucas, mais o garoto sabia o que tinham visto.
Depois desses dois incidentes, Lucas vivia observando a tal mancha, ele até raspou um pouco do material que a formava, não notou nada de mais, na escola usou um microscópio para analisar mais nada viu de especial, recolheu uma amostra da mancha e levou para o professor de química e pediu para ele analisar a substancia, o professor analisou e respondeu – Lucas e apenas uma fuligem comum, – mais a resposta não satisfazia o garota havia algo naquela mancha, algo sinistro, talvez até sobre natural.
A mudança de cor não era algo normal, e aquelas coisas estranhas que ele viu, ele estava determinado a descobrir. Mais o tempo passou e não houve mais incidentes estranhos, então ele teve uma ideia – mãe eu queria que aquela mancha fosse limpa da parede, - tá filho, quando a Neusa vier fazer a faxina vou pedir para ela limpar aquela mancha que tanto incomoda você, - tá certo mãe – No dia da faxina a mulher molhou e esfregou fez tudo que pode mais não conseguiu tirar a tal mancha – está vendo mãe a mancha não sai de jeito nenhum – hora filho que bobagem tem manchas que são assim , não tem nada de mais você ainda está preocupado com essa bobagem – sei não mãe tem algo de errado com essa mancha – bobagem vá pra escola está na hora – Lucas voltou ao quarto abre a porta e olha para a mancha então por um instante ele parece ver algo se mexer na mancha, mais foi muito rápido, logo ele esquece isso se arruma e vai pra escola.
A tarde quando voltou, Lucas sobe a escada da casa abre a porta do quarto então ele vê na mancha um rosto muito feio, pequeno de orelhas compridas nariz grande e olhos enormes com um maligno brilho vermelho , a aparição fala algo incompreensível uma serie de murmúrios ,sinistros - após isso ele não lembra de mais nada acorda na cama com a mãe aflita, - filho o que houve com você eu ouvi um grito, corri pra seu quarto e encontro você no chão desmaiado, - Lucas levanta da cama e olha pra mancha que parecia normal ele diz – mãe a mancha, ela falou comigo – Lucas para com isso estou ficando assustada, você está impressionado, não existe nada de errado com essa mancha , olha só você não vai mais ficar nesse quarto vai dormir no quarto reservado para empregada como nós não temos uma, você fica lá- sim mãe, mais a mancha ela falou comigo – hó filho para com isso você está sugestionado sô isso – deve ser mãe – diz o garoto sem muita convicção.
Dias se passam, Lucas não dorme mais no quarto da mancha, tudo parece ter voltado ao normal até que numa noite, Lucas acorda com sede quando ele abre a porta do quarto ele avista um pequeno vulto correndo pelo corredor, e o mais perturbador ele nota o brilho sinistro da lâmina de uma faca enorme , Lucas sai correndo para o quarto da mãe ai ele avista aquele pequeno monstrinho magro de cabeça grande e careca com um faca enorme em uma das mãos, o garoto grita – pare , quem é você - a coisa olha para Lucas e berra com um voz esganiçada – vou matar tua mãe e depois você – o diabrete dá uma gargalhada sinistra ai ele parece entrar no quarto da mãe se houve um grito pavoroso o garoto desesperado pega um taco de beisebol determinado a enfrentar o diabrete e defender sua mãe e corre para o quarto , ele abre a porta e liga a luz e não havia nada a mãe dormia tranquilamente na cama, mais ainda não tinham terminado ele escuta alguém correndo no corredor , ele sai em perseguição avista o pequeno demônio entrando no quarto da mancha então ao abrir a porta ele se depara com seguinte cena no lugar da mancha havia um enorme buraco escuro, e um tipo de redemoinho de vento que estava sugando tudo para dentro do buraco, Lucas e puxado para o interior do buraco, ele se agarra a porta e grita de pavor, uma voz sinistra grita – Lucas vou te levar - então nisso uma mão salvadora surge e o puxa para o corredor, era a mãe dele – Lucas o que houve , encontrei você gritando e se debatendo no chão, o que houve filho? – mãe vamos embora desse lugar eu não quero mais morar aqui, eu estou ficando louco - sim filho esse lugar está assustando você. Não entendo porque, mais é fato, você está muito perturbado, vamos embora hoje mesmo , vamos para um hotel, eu desfaço o contrato e vamos morar em outro lugar, naquela mesma noite Lucas e a mãe foram embora daquela casa, e nunca mais ele soube de qualquer coisa sobre a misteriosa mancha.