COLETÂNEA DE MICROCONTOS (terror) alguns amigos recantistas vão se achar por aqui

 

 

I - ARCO E FLECHA 

Nana tinha descendentes apaches, embora suas feições não guardassem muito da sua etnia, mas, as flechas que atirava para subir em sua profissão, eram venenosas e de setas bem pontudas.

 

 

II - SUMIÇO

Moacir mesclava as suas letras (que ele via como personagens),  dentro de contos e poesias. A rebeldia de uma personagem, fez de seu criador um vilão cruel, desacreditou-a de tal maneira, até fazê-la desaparecer do alfabeto.

 

 

III - A MARCA DO CRIME

Joel se perdeu num milharal, a polícia tentou todas as opções, até mesmo vasculhou metro a metro, a enorme plantação, sem lograr êxito. Semanas depois, quatro pessoas em Goiânia acordaram com as letras LEOJ, tatuadas na testa e no ventre, apenas a viúva de Joel percebeu a inversão e, de alguma forma louca, se sentiu vingada.

 

 

IV - CONTÊINER 

Dentre as dezenas de estátuas de pedra, no depósito existente sob a abóboda do museu, uma tinha movimentos nos olhos e de quando em vez, uma lágrima corria. Somente Lumah sabia disso e como valera a pena, o dinheiro gasto naquele tipo de concreto. Nunca mais teria que suportar o toque abusivo e asqueroso de Luiz...logo, logo mais uma estátua fria, estaria encaixotada e sendo remetida num contêiner, pros quintos dos infernos.

 

 

V - CASCAVEL

Mia tatuara uma serpente entre os ombros, bem real na tonalidade de suas cores, mas, a faca virtual nas costas e o veneno que a sucumbiu, tinham o nome único de traição.

 

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 05/05/2023
Reeditado em 06/05/2023
Código do texto: T7780770
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