VAMP & FLOR (miniconto (dedicado às queridas escritoras, Iolandinha Pinheiro e Luna Mia) 

 

 

Iolandinha, era uma moça meio destemperada, gênio forte e atitudes vigorosas, levar desaforo pra casa, não fazia parte da sua personalidade, mas, o seu sangue era doce e, até exalava cheiro de flor.

 

Adorava as noites fechadas sem Lua, fazia passeios por lugares sombrios, era bem destemida. Sempre agradecia, nunca ter passado por alguma situação perigosa, Deus ou outra energia poderosa do Universo, com certeza a protegia.

 

Posso até contar um episódio, que ela me falou de olhos arregalados. Ela passeava próximo ao Beco dos Gemidos, que tinha esse nome, porque algumas telas metálicas, que cercavam uma fábrica, rangiam com o vento, lembrando gemidos. Iolanda já tinha passado por lá muitas vezes, só que no dia em questão, apareceu uma moça muuuito alva, com lábios coloridos com um batom roxo e, um olhar de paisagem, embora a boca desenhasse um sorriso 'como um convite' ao prazer, de uma forma estranha, Iolanda se sentiu mexida, desejou aquela boca e não entendia porque. A moça se aproximou bastante, quase pôde sentir a sua respiração, e disse:

- Eu reconheço o seu cheiro doce e, muito me agrada

Iolanda respondeu:

- Eu não conheço você, mas, o seu sorriso tá mexendo comigo 

A moça disse que se chamava Luna e, sabia do poder inebriante, que o seu sorriso provocava

 

Iolanda, não teve qualquer reação, quando Luna começou a cheirá-la no pescoço, nos braços, nos seios. Ela estranhava, mas, não se afastava. Era como se estivesse hipnotizada.

 

Luna, passou a língua pela orelha de Iolanda, que sentiu o sangue ferver nas veias, mas, o coração não acelerava, como deveria acontecer. Nenhuma parte do seu corpo, demonstrava algum movimento e, Luna seguia 'provando' a pele de Iolanda, que exalava doçura de flor. 

 

Algumas cheiradas e lambidas a mais e, Luna crava os dentes no pescoço de Iolanda, que geme sem esboçar reação. Depois de uns minutinhos bebendo o sangue de Iolanda, Luna limpa a boca, esfregando o rosto na blusa que Iolanda vestia. Suspira e se afasta, chamando Iolanda de 'flor' e, some rápido pelo beco, deixando a destemperada Iolanda sentada no chão, meio aérea, sentindo frio e, ao mesmo tempo, um prazer surreal...quando recobrou as forças, os seus poros liberavam um suor gelado, que exalava um estonteante perfume adocicado. Andava em passos enérgicos e rápidos, era como se quisesse voar.

Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 26/10/2022
Reeditado em 26/10/2022
Código do texto: T7636598
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