A CRIPTA DO TERROR.
A lua cheia iluminava o prédio de três andares, ao lado da capela de São Benedito. A torre imponente. A cidade dormia. Nenhuma alma viva nos jardins bem cuidados pelo caseiro Marcelino. Ele morava com a família numa casinha no terreno nos fundos da área do colégio religioso. O seminário menor diocesano de São João Maria Vianey era a menina dos olhos do bispo, dom Policarpo. -"Após oito anos, inauguro o nosso seminário menor, com ajuda dos fiéis e doações de instituições européias, as quais fui buscar pessoalmente. Aqui teremos a escola para os meninos. Uma biblioteca, sala de jogos e de leitura, salas de artes e música, um pequeno teatro, o refeitório, horta comunitária. Estou muito feliz." Discursava o bispo, emocionado, após inaugurar o local." Não foi difícil escolher os primeiros seminaristas menores, escolhidos entre tantos coroinhas das quinze paróquias e das muitas fazendas de Arco Verde. Setenta e dois garotos, mais interessados na boa comida, estudos gratuitos e no campo de futebol do que em servir a igreja como sacerdotes. Foram muitas desistências, já na primeira semana, devido as regras severas do reitor Piercarlo Juliani, um padre italiano de Turim. O primeiro reitor dali. Ele escreveu as regras do colégio e governava o local com pulso firme. Escrevia os horários de cada ação dos internos, do amanhecer até a noite. As finanças em dia, impecavelmente em dia. Passava o cardápio semanal as quatro cozinheiras. O reitor escrevia o cardápio, prestando atenção em casa detalhe. Ele não titubeava e mandava os alunos com notas baixas para o milho. Meia hora ajoelhados no cantinho da correção. Os garotos chamavam o reitor de capitão do mato. De bom só a macarronada que o italiano fazia às sextas feiras. Xisto entrou no seminário menor com treze anos, em abril de 1959. Sua família era da roça. O garoto era mal criado sabia todos os palavrões que existiam e inventava outros. Tinha treze anos e não sabia ler nem escrever. O beato João da Cruz o indicou para o seminário menor. -"Leve-o, beato João. Na roça não quer ir, na escola menos ainda. Quem sabe ocorre um milagre e Xisto endireita?" Disse o pai de Xisto, louco pra se livrar do garoto problema. O reitor italiano não foi com a cara do garoto, ao ver o novo interno chegar com o beato na charrete. -"Mais um operário pra messe do Senhor!" Xisto fez figa ao ouvir isso. Não queria ser operário. O reitor tentou sorrir porém sabia que daria trabalho pra colocar aquele garoto na linha. Os outros internos riram ao ver as roupas do garoto. -"Parece o filho do Mazzaropi!" Disse dos garotos. Xisto avançou sobre o engraçadinho e o fez engolir as palavras com socos e arranhões. Padres Leonardo e Alberico, diretores espirituais, separaram os brigões. O reitor levou Xisto ao seu quarto. -"Aqui é sua casa, Xisto. Sua cama e seus pertences. Se precisar de alguma coisa me chama! Jesus não gosta de valentões. Seja bem vindo, filho." O garoto sorriu. -"Vou colar nesse camarada. Ele é o manda chuva daqui." De fato, Xisto e o reitor ficaram amigos. O garoto, esperto e forte, logo virou líder e porta voz dos internos. Era também dedo duro e confidente do reitor. Os seminaristas do curso diocesano, visitando o colégio, contavam histórias de terror aos garotos. -"Esse seminário foi construído sobre um antigo cemitério. Há fantasmas por aqui." Os garotos ficava amedrontados. -"Debaixo da catedral tem uma cripta, onde enterram padres e bispos. É mau assombrada. Já viram uma caveira, com vestes religiosas, saindo da cripta." Os veteranos riam da cara de medo dos garotos. Xisto se acostumou com as regras e horários do seminário menor. Era o maior da turma, se destacando durante as missas com sua batina grande. O garoto pegou gosto pelos estudos e pelas artes. Foi o escolhido por padre Alberico para aprender violão. Os novos ventos da igreja, renovação era a palavra da vez. Será que iriam abolir as missas em latim? Xisto estava feliz pois recebia atenção e zelo dos padres, algo que não tinha em casa. Gostava dos passeios semestrais às cidades históricas mineiras. Era o segundo ano de Xisto na casa. A família dele feliz por ver o rapazote indo bem nos estudos e falando em ser padre. Estava simpático e sociável, um bom rapaz. Os pais passaram a ter orgulho do filho, todo pimpão de sapato e roupa social. As correspondências na bolsa do carteiro. Algumas delas eram para o bispo mas era comum serem entregues no seminário menor e não na cúria diocesana. O reitor mesmo separava e levava as cartas ao bispo. -"Curioso. Essa é de Roma para a cúria." O envelope com o selo papal. Os carimbos. O reitor se remoendo de curiosidade. Colocou a carta em frente a uma vela. A luz. Queria saber que assunto o Vaticano tinha a tratar com o bispo daquele fim de mundo! -"Pecado, Juliani. Pecado abrir essa missiva. Porca miséria! Eu deveria ser o bispo, sou mais qualificado, caspita!" Abriu a carta com um estilete, cuidadosamente. Uma gargalhada ecoou pelo quarto. Ele trancou a porta. -"Gruta que partiu. Non creio nisso." Era uma sugestão ao nuncio apostólico pra mudarem o reitor do seminário menor. O bispo poderia escolher um padre novo, recém ordenado, para o cargo! O reitor quase caiu da cadeira ao ler a carta. Respirou fundo e guardou a carta no envelope. Colou a mesma, com delicadeza pra não deixar pistas de que fora aberta. -"Nada posso fazer senão entregar a carta ao bispo. Seja o que Deus quiser." O reitor foi até a cozinha. -"Das Dores, sobrou buchada do almoço?" A cozinheira apontou para a panela grande sobre a mesa. -"Sobrou muita, senhor reitor." O padre abriu a panela. -"Pois coloque um pouco numa vasilha, por favor. Levarei ao bispo." A cozinheira obedeceu. O seminarista Olegário chegou esbaforido. -"Senhor reitor. Telefone para o senhor." O sacerdote rumou com destino ao prédio. A sala de telefone. Xisto ficou parado no umbral da porta. O reitor olhou para ele. -"Xisto, meu filho. Caíste do céu. Surgiu um imprevisto, um velório. Não há padres no colégio e terei que ir. Leve essa marmita na cúria, para o bispo." O seminarista entrou. -"Está certo. Eita que tá cheirosa!" O reitor pegou a carta. -"Leve essa carta também ao bispo. Prevejo nuvens negras sobre minha cabeça." Xisto pegou a carta e deu três toques na mesa de madeira. -"Tá amarrado. O reitor é imune a nuvens negras. Com licença, digníssimo." No caminho até a cúria, no centro da cidade, Xisto parou no jornal A Tribuna. -"Tarde, Aparício ." Cumprimentou o jornalista, debruçado no balcão. -"Tarde. Quais as novas, Xisto? Trouxe outra coluna sobre a vida dos santos?" O seminarista balançou a carta no ar. -"Chegou carta do Vaticano, meu amigo. O reitor tava preocupado pois certamente abriu a carta." O jornalista sorriu, maquiavélico. -"Vamos ao escritório. Tenho suco de laranja pra você." O seminarista o seguiu. -"Se tiver alguma coisa a mais, agradeço." O jornalista enfiou a mão no bolso da calça. -"Ora, ora. Tenho uma nota de dinheiro aqui. Espero que a sua informação seja valiosa." Xisto pegou a nota. A carta sobre a mesa. O jornalista abriu o envelope com destreza. Um estilete afiado. -"Latim. Português. Olha só. Querem puxar a cadeira do reitor. É uma sugestão dos altos escalões da santa madre igreja mas o bispo pode levar a sério e mandar o reitor para onde o Judas perdeu as botas." Xisto ficou preocupado. O jornalista coçou o queixo. -"Posso dar um jeito, se permitir." Xisto concordou. O jornalista pegou a tesoura e picotou as frases da carta. Teve cuidado com os carimbos e brasões do Vaticano e do nuncio. Fez algumas colagens com papel idêntico ao original. Meia hora depois. -"Pronto. O que deseja escrever?" Xisto tremeu mas bases. -"O que?! Deixe pensar. Que o reitor seja elevado a monsenhor e reitor do seminário teológico. Está ótimo." O jornalista sorriu, pegando a caneta tinteiro. A caligrafia igual a original. Os símbolos e carimbos no lugar. A carta prensada. Nenhum sinal de adulteração. O jornalista atentou pra cada detalhe. A lupa na mão. -"Pronto. Um trabalho de mestre. Darei a notícia em primeira mão no jornal. Guarde segredo, amigo." Xisto o cumprimentou. -" Certamente, meu caro. Muito obrigado." Uma hora ali. Xisto saiu do jornal. Estava feliz por ter ajudado o reitor. A marmita com a buchada, aquele tempo todo, no calor da sala de prensas do jornal. A marmita de buchada enfrentando meia hora de caminhada, debaixo do sol escaldante, até a cúria. Xisto entrou na cúria. Cumprimentou a secretária e ficou esperando ser atendido pelo bispo. Meia hora de chá de cadeira. -" O senhor bispo vai atender o senhor." Disse a secretária. -"Senhor tá no céu, moça. Vou entrar." O bispo cumprimentou o seminarista. -"Xisto. Meu seminarista. Sente." O seminarista obedeceu. -" Não veio me falar que vai deixar o seminário!?" Xisto sorriu. -" Não vou sair. Vim a mando do reitor, que não pode vir pois foi encomendar um presunto na fazenda Angicos. Ele mandou essa carta e uma marmita especial ao bispo. Falou que o senhor iria gostar." O bispo pegou a carta e a marmita. -"Agradeço, Xisto. Deus o abençoe, filho." Xisto saiu da cúria. Passou numa sorveteria antes de rumar para o seminário. A estação de trem. O rapazote chupando picolé. -"Eita, Xisto. Mudamos a história da diocese." Disse a si mesmo. O bispo abriu a carta. -"Não sabia que o italiano tinha tanta influência! Bem, ele merece. Vou ligar para o conselho e anunciar a novidade.
Juliani será monsenhor e reitor da teologia." Após os telefonemas, o bispo bocejou. Pediu para a secretária se apresentar. -"Cancele a agenda da tarde, Filomena. Vou pra casa descansar." O bispo pegou seu chapéu de palha. A bengala e a marmita com buchada. A casa do bispo ficava na mesma quadra da cúria. A sua cozinheira tinha ido embora. O bispo tomou um banho rapidinho. Ele abriu a marmita. Dois pães para acompanhar. Uma colherada atrás da outra. -"Amo buchada. Não se compara a de mainha mas vai essa mesmo." Um copo de limonada. O sofá. As almofadas. O rádio ligado. O bispo adormeceu. O canto do galo. Os primeiros raios de sol. A cozinheira do bispo chegou pra trabalhar. O bispo tinha viagem às oito horas. O motorista veio logo atrás dela. -"Bom dia, Zulmira. Trouxe pães e brioche para o bispo. O dia será longo." Ela abriu a casa. As cortinas abertas. Empregada e motorista vir o bispo no sofá. O motorista estranhou. Mexeu no ombro do religioso. -"Senhor bispo. Acorde. A viagem." O bispo não respondeu. Estava morto. -"Eita, ferro. O bispo bateu com as doze. Tá geladão." O motorista ligou para o cônego Gusmão. Logo a casa do bispo estava cheia de padres e freiras chorosos. A marmita ao lado do corpo não passou ilesa aos curiosos, embora o laudo do médico apontasse para morte por causas naturais. -'O coração parou. Simples assim." Disse o médico ao reitor Juliani. A morte do bispo chocou a cidade. Um velório demorado e comovente na catedral. Xisto e os seminaristas presentes. O bispo sepultado na cripta da catedral. O tempo passou. Anos depois, o agora monsenhor Juliani era o reitor do seminário de teologia. Padre Alberico era o novo reitor do seminário menor. Xisto terminou os estudos fundamentais e agora estava no curso de filosofia. Tinha matrícula na faculdade e um quarto só seu. Xisto recebeu a feliz notícia que o monsenhor Juliani seria ordenado bispo. As notícias apontavam que ele seria bispo de Arco Verde. Assim se sucedeu. A igreja em festa para a sagração de dom Juliani. Xisto foi escolhido para ser o cerimoniário da ordenação episcopal de dom Juliani. Xisto usava uma batina preta, um sapato italiano. Os óculos davam um charme especial ao cerimoniário. Uma bela celebração com coral de vozes do município. As fotos do novo bispo nos jornais. O jornalista Aparício até publicou uma entrevista com Xisto, na coluna social. O novo bispo escolheu Xisto e Nicolau para fazerem trabalho pastoral na catedral, o que foi motivo de orgulho para os dois seminaristas e motivo de inveja aos outros veteranos. Numa noite de lua cheia, Xisto deu um grito forte. Alguém estava o sufocava, tentando matá-lo. O rapaz perdendo a cor. A luz. Conseguiu acender a luminária do quarto. A visão de uma caveira com vestes religiosas. Xisto estava aterrorizado. A caveira tomou as feições de dom Policarpo. -"Morra, Xisto. Você me envenenou com aquela buchada. Alterou a carta do Vaticano pra benefício do italiano." Xisto estava ficando roxo, sem ar. Queria responder mas a voz não saiu. O dia amanheceu. Xisto despertou com dores na garganta, mesmo assim foi a faculdade. A tarde, após o futebol, foi até a cúria. O bispo Juliani o recebeu festivo. -"Vamos fazer um lanche, Xisto. Tem pudim de leite condensado na geladeira." Xisto aceitou o lanche. Contou ao bispo sobre seu pesadelo, omitindo a parte da adulteração da carta. Para sua surpresa, o bispo teve um sonho parecido. -"Não me sufocava mas a caveira me seguia. Estava com vestes religiosas. Estranho que o dom Policarpo bateu as botas após receber a buchada. Você veio direto pra cúria, não parou em nenhum lugar naquele dia?" Xisto fez figa com as mãos atrás das costas. -"Não mesmo. Vim direto pra cúria." Durante a missa na catedral, Xisto viu, durante uma missa, alguém andando entre os fiéis. Alguém parecido com dom Policarpo. Ele esfregou os olhos. A visão desapareceu. Xisto ingressou no curso teológico, anos depois. De vez em quando tinha o mesmo pesadelo. Três anos se passaram. Xisto foi ordenado diácono e meses depois, padre por imposição das mãos de dom Juliani. A amizade com o bispo Juliani o beneficiou. Padre Xisto ganhou um estágio de um ano no Vaticano. Conheceu toda a Europa e a terra santa, Jerusalém. Padre Xisto foi escolhido para ser o reitor do seminário menor. Ganhou o título de monsenhor, das mãos de dom Juliani. O bispo acordou de madrugada. Andava como sonâmbulo e foi da cúria até a catedral. O vigia o cumprimentou e abriu a porta da sacristia para o bispo, sem perceber que estava diante de um sonâmbulo. Dom Juliani desceu até a cripta da catedral. As lápides com antigos bispos enterrados ali. -"Você veio, Juliani. Você mandou seu fedelho trazer a buchada envenenada após adulterar a carta." Disse o fantasma de dom Policarpo. O bispo italiano, Juliani, foi encontrado no dia seguinte apenas, dormindo na cripta. Não soube explicar como tinha ido pra lá. Padre Xisto soube da história e se preocupou. O bispo Juliani corria perigo. Padre Xisto visitou o bispo e lhe contou, em segredo de confissão, o que fizera com a carta. Botou a culpa no jornalista Aparício. O bispo Juliani ficou bravo com o jovem padre. -"Agora azedou a boca da égua. Dom Policarpo tá no além, querendo vingança!" O telefone tocou, dias depois, no seminário menor. O dono do jornal comunicou ao padre que o jornalista Aparício tinha se enforcado numa árvore. -"Ele me falou de um sonho, sabe padre Xisto! Uma caveira o sufocava. O Aparício ficou perturbado." Padre Xisto ficou preocupado. Contou sobre a morte do jornalista ao bispo. -"Pelo andar da carruagem, sou a próxima vítima." Disse o bispo. Padre Xisto se arrepiou. -"Estou brincando, monsenhor. Assombração não existe." Semanas depois, o bispo voltava de um retiro espiritual. A rodovia sem movimento nenhum. Sol maravilhoso. Trecho sem declives. O motorista atento. O bispo Juliani atrás, tirando uma soneca ao som de um cântico do padre Zezinho. O motorista desacelerou. -"Tem gente na pista, senhor bispo." Um homem com vestes de bispo, no meio da pista. O bispo Juliani arregalou os olhos. -"É o dom Policarpo. Desvia." O motorista desviou. O fantasma do bispo Policarpo estava agora ao lado do bispo Juliani. -"Você me matou, italiano. Maldito." O bispo gritou. O motorista se assustou e saiu da pista, batendo o carro numa árvore. O motorista se salvou pois estava de cinto. Dom Juliani voou pelo vidro da frente. Estava morto. Um carro parou e chamou a polícia. O corpo do bispo foi achado a cinco metros do veículo. A morte do bispo chocou a cidade. Padre Xisto não acreditava naquela tragédia. A diocese em prantos. Dom Juliani foi sepultado na cripta da catedral, ao lado do jazigo de dom Policarpo. A cadeira de bispo estava vaga. Sede vacante, como dizem. Um carta do Vaticano foi entregue a cúria. Padre Xisto, que era o líder do conselho, abriu a carta ao lado de seis padres testemunhas. Ele desmaiou e teve que ser atendido por um médico. O papa o escolhera pra ser o novo bispo. Certamente seria mais um bispo morto. -"Xisto, a cripta te espera." Pensou, já refeito do susto. Os pesadelos voltaram. -"A cripta te espera, padreco maledeto!" As mãos o sufocando. Eram duas caveiras o enforcando. -"Dom Juliani, dom Policarpo. Não fiz por mal. Misericórdia." Dom Policarpo o encarou. --"Renuncie ao convite pra ser bispo. Renuncie, maldito." Um estouro. Um grito. -"Eu Renuncio. Renunciou ao cargo de bispo." As risadas em torno de Xisto. Dez seminaristas davam sonoras gargalhadas. -" Xisto ainda está nos cueiros, não decorou nem a salve rainha e já está sonhando que é bispo!" Disse Hermógenes, um seminarista menor. Xisto suando frio, olhos arregalados. O reitor Juliani se aproximou da cama de Xisto, no salão dormitório do seminário menor, com trinta beliches. -"Deixem o garoto respirar, turma. Está tendo um pesadelo. Deve ter exagerado na buchada do jantar." Xisto abandonou o seminário menor aos vinte anos, no primeiro ano do curso de filosofia, após conhecer Jandira, o amor de sua vida. FIM